"Daphne" de Justine Picardie

Por vezes, quando as expectativas são muito altas, corremos o risco de nos desiludirmos com facilidade, ou como diz o povo, quanto mais alto, maior é a queda. Foi o que me aconteceu com este livro.

Li há pouco tempo o livro "Rebecca" de Daphne du Maurier, que me fez investigar um pouco sobre a vida daquela autora. Era uma mulher fascinante, e ao mesmo tempo perturbada, que escreveu diversos livros intrigantes e absorventes, entre os quais "Os Pássaros" e "A Pousada da Jamaica" (ambos adaptados ao cinema pelo grande Hitchcock).

Quando apareceu portanto, um livro que se propunha uilizar esta estranha e mítica personagem, fiquei curiosíssima com o que iria encontrar.
Apercebi-me então que Justine Picardie, a autora, era possuidora de um curriculum invejável. Foi editora da Vogue britânica sendo actualmente colunista no Sunday Telegraph Magazine, e para além de ter tido diversos livros publicados, foi também co-autora ou editora de várias outras obras.
Mas ao contrário de aproveitar o terreno fértil, que era a vida de Daphne, e construir uma teia de mistério que a envolvesse com o mistério dos próprios Brontë, perdeu-se em ligações fúteis e referências infindáveis, que acabaram por aniquilar qualquer hipótese de sucesso. Fez sem dúvida um trabalho excelente de pesquisa, mas não conseguiu aproveitá-lo.

E longe de encontrar o prometido "romance surpreendente" da contra-capa, estive por diversas vezes para desistir da leitura. Apenas insisti pois esperava sempre uma reviravolta. Enfim, eu que contava encontrar uma história no mínimo interessante, deparei-me apenas com uma grande desilusão.

Sinopse:
Estamos em 1957. A escritora Daphne du Maurier, no auge da carreira e da fama, desespera face ao colapso do seu casamento. Vagueando sem descanso por Menabilly, a sua adorada casa junto ao mar, na Cornualha, é assombrada pelo remorso e pelas personagens dos seus livros, nomeadamente Rebecca, a heroína do mais famoso dos seus romances. Ao procurar alguma coisa que a distraia dos seus problemas, Daphne interessa-se apaixonadamente por Branwell, o infeliz irmão das irmãs Brontë, e inicia uma troca de correspondência com o enigmático Alex Symington, procurando elementos para uma biografia de Branwell. Mas, por detrás da respeitável figura de Symington está um carácter escorregadio com muito para esconder, e depressa a verdade e a ficção se tornam impossíveis de distinguir. Em Londres, na actualidade, uma jovem mulher solitária, recentemente casada depois de um breve namoro com um homem consideravelmente mais velho do que ela, trabalha para acabar uma tese de doutoramento sobre Daphne du Maurier e as Brontë. O marido, ainda aparentemente envolvido com a brilhante e carismática ex-mulher, mostra-se a maior parte do tempo distante e misterioso e ela não consegue sentir-se em casa na enorme e imponente mansão de Hamstead, curiosamente situada em frente da casa onde Daphne viveu em criança. Refugiada no conforto da sua biblioteca, mergulha num mistério literário com mais de cinquenta anos.
Em www.bertrand.pt

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