Opinião: "A Bibliotecária de Auschwitz" de Antonio G. Iturbe

«Os livros conservam nas suas páginas a sabedoria de quem as escreveu. Os livros nunca perdem a memória.» Pág. 80

Há livros que são difíceis de ler. Porque encerram verdades tão horríveis que até nos queremos questionar se terão mesmo sido realidade, quando sabemos bem que sim.
Mas são livros que têm de ser lidos, para que a leviandade e o horror que ela provocou, nunca se esqueça.

Em maio de 1933, poucos meses depois da chegada de Hitler ao poder, houve por toda a Alemanha uma queima generalizada de livros, como parte do projeto de nazificar a cultura.
Não tardou a que se confirmasse o que poeta Heinrich Heine dizia: "Onde se queimam livros, acaba-se queimando pessoas."
Em breve todos os livros, e qualquer outro tipo de cultura, seriam proibidos para os judeus, ciganos, e outras minorias étnicas, retirando-lhes a possibilidade de fuga ou refúgio mental quando se viram perante os efeitos da segregação.

«Ler um livro é como entrar para um comboio que nos leva de férias.» Pág. 102

Para mim era impensável que tivesse existido uma biblioteca em Auschwitz. Mas a verdade, e como muito bem este livro o prova, é que existiu.
A biblioteca era composta por oito livros de papel e meia dúzia de livros vivos (pessoas que sabiam os livros de cor e os narravam para os seus “leitores”), e durante os seus incríveis seis meses de existência nas mãos de Dita Adlerova, foi certamente o alívio de muitos.

Esta é uma história quase inacreditável da força de vontade de uma menina, que sem dúvida conquistará todos os que a lerem.
Mas preparem-se, pois se passagens menos boas vos trarão lágrimas aos olhos, passagens melhores também terão o mesmo efeito.
Uma leitura à qual não ficarão indiferentes, e uma homenagem maravilhosa a todos os que acreditam no poder que os livros têm.
Dita Adlerova fez certamente a diferença para muita gente.

«O papá tinha razão. Aquele livro levou-me mais longe do que qualquer par de sapatos.» Pág. 102
Em www.bertrand.pt

O clube de leitura do meu coração.

 
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