Adorei o relato da viagem de Chandni à Índia! Conhecer os costumes e rotinas de cada uma das suas irmãs foi como entrar num filme dentro do próprio livro. Fascinante!
Bem, numa dessas viagens até lá, algo acontece que vai abalar o mundo desta princesa, e a verdade de ontem deixa de ser a verdade de hoje.
«Só porque a verdade de hoje é diferente da verdade de ontem, não significa que a verdade de ontem fosse menos verdadeira. Se nós e o nosso contexto mudam, como não mudará a verdade também?»
O que realmente lhe aconteceu é algo que só descobrimos um pouco mais à frente na leitura, mas que vem explicar tudo o que acontece entretanto e porque Chandni sofre uma reviravolta na sua forma de estar na vida.
Gostei imenso da ideia da autora em nomear cada capítulo com um tipo de alma - Alma de Cravo-da-Índia, Alma de Gengibre, Alma de Anis-Estrelado, e simultaneamente, nesse mesmo capítulo, atribuir esse tipo de alma a uma das personagens.
Com um título fora do normal e uma capa lindíssima, este livro parece-me, no entanto, ter algo em falta. Não vos sei explicar... está lá tudo: a história, a maravilhosa escrita de Ana Gil Campos, as personagens, até a voz de Chandni chega até nós tão clara e definida, com as suas reflexões, dúvidas e incertezas. No entanto... talvez falte a cola que une tudo isto, não sei. Não posso dizer que fiquei desiludida, porque foi uma leitura que me agradou. Para além de que é uma história que temos de dar algum tempo para que cresça em nós. E acreditem, cresce mesmo.
Para além de ter sido uma leitura agradável, foi também uma surpresa, pois não estava à espera que a autora se aventurasse por terras tão longínquas. :) Fico à espera de uma nova aventura pela mão de Ana Gil Campos.