Existem autores que são verdadeiros contadores de histórias.
Apetece-nos “ouvi-los” contar história a seguir a história e nunca nos
cansamos. Acho que Anne Tyler cai nessa categoria. Ela consegue transformar algo
perfeitamente normal em algo extraordinário, e este livro, o primeiro que leio
dela, é a prova disso mesmo.
Neste "O Carrinho de Linha Azul", Anne Tyler apresenta-nos
quatro gerações da família Whitshank - uma família perfeitamente normal de
Maryland, em Baltimore. A história centra-se no casal Red e Abby Witshank, e na
sua casa de família. Os quatro filhos já lá não moram, tendo as suas próprias
famílias e no caso de Denny, os seus próprios problemas, que nem sempre são do
conhecimento dos pais.
Tanto Red como Abby começam a dar sinais do peso da idade e
alguns problemas de saúde começam a surgir. Enquanto não se arranja solução,
dois dos filhos mudam-se para lá e é nessa altura que as recordações, que são
como as cerejas, começam a saltitar de todo o lado.
Exemplo de uma casa vitoriana em Maryland |
Parece-me que a autora acaba por fazer uma certa analogia entre a
casa e a família, já que tem sido esta o palco da ação desde há 4
gerações, quando o avô Witshank comprou finalmente a casa que tinha
construído uns anos antes com tanto amor e perfeição.
Gostei muitíssimo desta leitura. Anne Tyler é sem dúvida uma
autora extraordinária, pois demonstrou possuir um talento incrível para a
construção de histórias totalmente credíveis e envolventes, neste caso, sobre
os fios invisíveis que unem uma família. E tal como um carrinho de linhas que
se vai desenrolando, assim vai ela contando-nos a história. O título é
indubitavelmente apropriado!
Recomendo sem hesitações.
Deixo-vos o booktrailer...
Para mais informações sobre este livro podem espreitar a página do mesmo no site da Editorial Presença.