Opinião: "A Filha do Irlandês" de V. S. Alexander

Com uma capa tão maravilhosa, um título convidativo para quem adora a Irlanda, e um tema tão interessante como o que é prometido na sinopse... Como poderia eu resistir a esta leitura?
Para além do mais, adoro este autor. V. S. Alexander é um fervoroso estudioso de história, e os seus livros bem o refletem: A Provadora, Traição e agora A Filha do Irlandês. 

E de facto, deliciei-me com este livro. Aborda um tema um pouco "esquecido" da História: os anos da Fome da Batata na Irlanda, também conhecidos pela Grande Fome, entre 1845 e 1849. Foram anos terríveis para a população irlandesa. Julga-se terem perecido cerca de um milhão de habitantes (cerca de 20% da população), enquanto outro milhão emigrou para fugir à fome, principalmente para E.U.A. e Canadá. Apesar de ter afetado toda a Europa, este fungo que atacava as batatas foi mais intensamente sentido na Irlanda, pois era esse o seu principal alimento.´


Neste livro ficamos a conhecer a família Walsh, um pai viúvo e as suas duas filhas. São habitantes do condado de Mayo, onde Brian, o pai, é o feitor de Lear House, a herdade de irresponsável e intragável Sir Thomas Blakely. Quando a praga da batata começa a destruir as colheitas, a fome instala-se, e tudo começa a ruir. Após algum tempo, e diversos acontecimentos, há a partida das duas irmãs para a América, e aí inicia-se uma segunda parte do livro, abordando então a migração irlandesa em massa para os Estados Unidos da América e os efeitos que a mesma teve no país de destino, tanto para os que chegavam como para os que já lá estavam.

Foi uma leitura muito interessante, apesar de por vezes ser dura. Mas é assim. A realidade é dura. E só assim aprendemos sobre o passado, que tantas vezes se repete.
Recomendo!
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