Opinião: "A Noiva Cigana" de Carmen Mola

Há uns tempos descobri os filmes e séries, do género thriller / policial espanhóis. Fiquei fã. Acho que os nuestros hermanos estão muito bem desenvolvidos nesta área. Mas acho que nunca li um livro de um autor espanhol neste género. Acho. Não tenho a certeza. Pelo menos não se destacou como este.

O livro que vos trago é sem dúvida uma lufada de ar fresco no ramo dos policiais. O enredo ágil, o desenvolvimento rápido e bem organizado e uma personagem principal feminina forte e com grande carisma, torna "A Noiva Cigana" num livro fácil de ler e muito cativante. Um verdadeiro "page turner". 

Elena Blanco é a inspetora chefe de um grupo especial de investigação da policia espanhola. O crime que lhe cai em mãos é tudo menos simples. Com contornos bem negros e indistintos, não será leitura fácil para os mais impressionáveis. Mas lê-se muito bem. Eu e o meu lado mais negro adorámos. 

Há uma "pequena" tragédia pessoal no passado de Elena que se imiscui na investigação e atrapalha um pouco o processo. Mas é exatamente esse outro caso que garante a continuação da saga. Sim, porque em principio, "A Noiva Cigana" é o primeiro de uma trilogia, a série da inspetora Elena Blanco.

Sobre a autora, há que dizê-lo, nada se sabe. Será mais um fenómeno tipo Elena Ferrante? Carmen Mola é pseudónimo de uma autora nascida em Madrid e que decidiu manter o anonimato. Não me interessa muito quem ela é. Apenas que continue a escrever.

Adorei esta leitura. Trouxe ao de cima algo que estava escondido. Cuidado. ;)

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Deixo-vos a sinopse:

Susana Macaya, filha de pai cigano mas educada fora da comunidade, desaparece depois da sua despedida de solteira. O corpo é encontrado dois dias depois na Quinta de Vista Alegre no bairro madrileno de Carabanchel. Poderia ser mais um homicídio, não fosse o facto de a vítima ter sido torturada na sequência de um ritual inusitado e atroz e de a sua irmã, Lara, ter sofrido o mesmo destino sete anos antes, também na véspera do casamento. O assassino de Lara cumpre pena desde então, pelo que há apenas duas possibilidades: ou alguém imitou os seus métodos para matar a irmã ou há um inocente encarcerado.

Investigar uma pessoa implica conhecê-la, descobrir os seus segredos e contradições, a sua história. No caso de Lara e Susana, a detective Elena Blanco deve olhar para a vida de alguns ciganos que renunciaram aos seus costumes para se integrarem na sociedade, e de outros que não lhes perdoam, e levantar cada véu para descobrir quem poderia vingar-se com tanta crueldade de ambas as noivas ciganas.


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