Opinião: "Uma Cidade nas Nuvens" de Anthony Doerr

Veio muito bem recomendado por quem leu "Toda a Luz que não Podemos Ver", e foi uma leitura que me surpreendeu completamente. 

Gostava de conhecer este senhor, Anthony Doerr. Como será possível alguém ter uma imaginação tão complexa, inventar várias histórias completamente dispares, separá-las por séculos, encontrar-lhes um ponto comum, e simultaneamente escrever com tão grande habilidade, cativando e deslumbrando os seus leitores?

Não é um livro fácil de ler. Não só pela complexidade das histórias, como pelas descrições exaustivas, mas tão necessárias, dos locais onde se desenrola ação. Acredito que muitos desistam. Mas os que perseverarem na leitura, irão encontrar pura magia, daquela que todos os leitores almejam encontrar nos livros que leêm.

As personagens conquistaram-me com a sua beleza e simplicidade. Ana e Omeir, que partilham a narativa em duas histórias passadas em Constantinopla em 1400. Alternando, encontramos Zeno, um emigrante no Idaho, EUA, em duas fases distintas da sua vida - quando muito jovem e já octagenário, quando então partilha a mesma época e o mesmo local com Seymor, um rapaz com um transtorno no espetro do autismo. Finalmente, em parte incerta, talvez até mesmo sobrevoando a Terra numa nave espacial, encontramos Konstance, várias décadas à frente do nosso tempo.

Num mesmo livro encontramos vários géneros: ficção cientifica, romance histórico, ficção contemporânea. Não há como não agradar a quem se decidir lançar nesta leitura. Eu dou-me como muito feliz por ter tido a oportunidade de ler este livro. E um dos próximos a pegar, será sem dúvida o "Toda a Luz que não Podemos Ver". 

Bem haja, Anthony Doerr!

Em www.bertrand.pt

O clube de leitura do meu coração.

 
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