Shirley Jackson foi uma influente autora norte-americana, conhecida pelas suas obras de horror e mistério. Dando continuidade à tradição do gótico americano, iniciado com Poe, as suas histórias inspiraram grandes escritores como Stephen King, Neil Gaiman, ou JOanne Harris.
O culto do sinistro, do mórbido e do patológico, levaram algumas das suas obras até ao grande écran, como por exemplo, A Mansão ou A Maldição de Hill House, que mais recentemente foi novamente adaptada para o pequeno écran pela Netflix.
Entrei nesta leitura com imensa curiosidade, e na verdade, encontrei exatamente aquilo que fui à procura.
A história é-nos contada pela voz de uma adolescente, meio ingénua para a idade, que nos vai relatando o seu dia-a-dia. Logo desde o início percebemos que há algo estranho no ar, e essa sensação de inquietude não nos larga nunca. Merrycat (Mary Catherine) é uma jovem algo mística, que talvez tenha sido a forma que ela encontrou para fugir da realidade que a rodeia.
O mistério por trás da família Blackwood só nos é revelado mais à frente na narrativa, mas desde cedo percebemos que os remanescentes membros da família são considerados non-gratae pelos restantes habitantes daquele vilarejo. O que aconteceu leva a que ninguém se queira aproximar daquela casa, pelo que quando um horrível acidente acontece, ao invés de tentar ajudar, ainda pioram a situação.
Não posso revelar nada sobre a história, pelo que apenas vos quero deixar com uma impressão, a de que a autora é uma magnífica contadora de histórias de terror. Com meia dúzia de linhas lidas, já sentimos os cabelos da nuca arrepiados, ficamos inquietos, mas cativados o suficiente para continuar a leitura.
Não me importava nada de ver mais séries de horror inspiradas nas histórias desta senhora!