Richard Morgan é filho de um taberneiro de Bristol, sensível e instruído, com um dom especial para fabricar mosquetes de pederneira, que a Inglaterra tenciona utilizar contra as suas revoltadas colónias americanas.
Quando Richard arranja trabalho numa destilaria de rum, a sua eficiência e perspicácia levam-no a encontrar vários canos escondidos, que tem de denunciar, já que desviam ilegalmente 800 galões desta bebida por semana, de modo a fugir aos impostos. É assim que se encontra envolvido numa teia de corrupção que o vai levar a ser aprisionado num dos vários navios de deportados ancorados em Inglaterra e depois noutro, com destino à nova colónia penal que é a Austrália.
Enquanto Morgan tenta resistir a desastres naturais e às falsidades e subterfúgios dos outros sobreviventes, vemos formar-se diante dos nossos olhos um microcosmos da audaciosa sociedade em que a Austrália se haveria de transformar.
A investigação brilhante e exaustivamente realizada a todos os pormenores da época que serve de cenário à obra, torna-a memorável e verosímil com a reprodução de mapas, quadros, plantas de navios e outros materiais. A Viagem de Morgan, é pois, um excelente romance de aventuras, com a indomável energia e o ritmo imparável de um filme de acção.
A minha opinião:
(Leitura terminada a 21 de Abril de 2009)
Que bela a história esta, a de Richard Morgan!
De Inglaterra à terra que haveria de se chamar Austrália, do desgosto ao amor, Richard mostrou ser um personagem com uma vontade férrea, focado em sobreviver e em vingar numa terra inóspita, aproveitando em pleno a segunda oportunidade que a vida lhe deu para se realizar.
Este é um excelente livro de História que nos mostra de uma forma impressionante (mas não impressionável) como se processavam as viagens de condenados rumo ao degredo, como se formaram as primeiras colónias, de que fibra eram feitos os primeiros australianos.
Não há dúvida alguma que esta autora é não só uma contadora de histórias como uma professora.
Adorei.
(Obrigada Lígia por mais este empréstimo!)