"Frágil" de Jodi Picoult


Tudo pode quebrar. Mas algumas coisas doem mais do que outras.

Sinopse:
Willow, a linda, muito desejada e adorada filha de Charlotte O’Keefe, nasceu com osteogénese imperfeita - uma forma grave de fragilidade óssea. Se escorregar e cair pode partir as duas pernas, e passar seis meses enfiada num colete de gesso. Depois de vários anos a tratar de Willow, a família enfrenta graves problemas financeiros. É então que é sugerida a Charlotte uma solução. Ela pode processar a obstetra por negligência - por não ter diagnosticado a doença de Willow numa fase inicial da gravidez, quando ainda fosse possível abortar. A indemnização poderia assegurar o futuro de Willow. Mas isso implica que Charlotte tem de processar a sua melhor amiga. E declarar perante o tribunal que preferia que Willow não tivesse nascido...

A minha opinião:
Nunca vos aconteceu ficarem zangados com um livro?
A mim já aconteceu algumas vezes. Hoje voltou a acontecer. Com este livro.
Espero não vos confundir… Eu adoro ler Jodi Picoult. Os temas que aborda, o modo como nos apresenta a história, a maneira como nos faz oscilar de opinião, fazem dela uma das minhas autoras favoritas e muito provavelmente uma das melhores autoras da actualidade. E este livro não foi excepção.
Mais uma vez vi-me perante um caso complicado. Parte dele está bem exposto na sinopse. Mas isso é apenas parte dele.
Não é fácil comentar um livro de Jodi Picoult. Principalmente por não sabermos o que dizer. Principalmente quando chegamos ao final e ficamos sem saber o que pensar ou o que sentir. Ou porque ficamos zangados.
Não consigo comentar sem revelar demasiado, por isso não o vou fazer.
Apenas vos digo que, apesar de tudo, valeu a pena esta leitura e que mais uma vez, aprendi algo:
Há coisas que não têm valor, devido ao valor inestimável que possuem.

De tantos pedaços de texto que nos tiram o fôlego e nos obriga a lê-los duas e três vezes, há dois especiais que tenho de aqui ressalvar:

Pág. 186 - 187
(…)
- Mas eu ainda não disse nada!
- Não tens de dizer adoro-te para dizeres adoro-te – disseste encolhendo os ombros. – Só tens de dizer o meu nome que eu sei.
- Como?
Quando olhei para ti, fiquei impressionada por ver tanto de mim própria no formato dos teus olhos, na luz do teu sorriso.
- Diz Cassidy – instruíste.
- Cassidy.
- Diz… Úrsula.
- Úrsula – repeti.
-Agora… - apontaste para o teu próprio peito.
- Willow.
- Não ouves? – disseste – Quando gostamos muito de uma pessoa, dizemos o nome dela de maneira diferente. Como se estivesse em segurança dentro da nossa boca..
- Willow – repeti, sentido a almofada de consoantes e o balançar das vogais. Terias razão? Poderia abafar tudo o resto que eu tivesse para dizer? – Willow, Willow, Willow – entoei, uma canção de embalar, um pára-quedas, como se pudesse amparar-te dos golpes que estavam para vir.
(…)

Pág. 279-280
(...) Quem sabe se há uma diferença entre ser-se uma mãe responsável e ser-se uma boa mãe.
- Há sim - disse eu, e Charlotte olhou para mim, na expectativa.
Apesar de não conseguir articular a diferença enquanto adulta, em criança, sentira-a. Fiquei a pensar por um instante.
- Uma mãe responsável é alguém que segue cada passo que o filho dá - disse eu.
- E uma boa mãe?
Olhei para Charlotte.
- É alguém que o filho deseja seguir.
(...)


Obrigada querida Amiga por esta oportunidade!
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