Talvez por essa razão eu tenha achado este livro tão fascinante.
Entrar dentro de um convento é algo de que muito pouca gente se pode gabar, e afinal de contas, um convento de freiras hoje em dia é também um pouco diferente de um convento de freiras no séc. XVI, embora a essência permaneça a mesma. Mas foi exactamente isso que a autora conseguiu concretizar: uma entrada secreta e exclusiva, para esse mundo de mulheres tão fascinantes quanto diversificadas.
Perfeitamente enquadrada na época, esta história traz para a luz dos nossos olhos, uma sociedade fechada dentro da sociedade renascentista, mas que nem por isso era menos intrigante ou conflituosa, muito pelo contrário.
De uma forma absolutamente prodigiosa, a autora envolve o leitor na narrativa de tal forma, que torna impossível largar a leitura até chegar ao fim.
Um livro absolutamente genial!
Adorei. :)
Itália, 1570. Castigadas pelos seus amores impróprios, muitas mulheres da nobreza são forçadas a entrar em conventos. Uma atreveu-se a resistir.
Sinopse:
Em plena Renascença, o convento de Santa Caterina está repleto de mulheres da nobreza cujos comportamentos foram reprovados pelas suas famílias. Muitas estão já resignadas com esse destino. Mas a recém-chegada Serafina não se conforma. Vive obcecada com a fuga e o homem que ama. A sua revolta quebra a harmonia do convento dirigido por Madonna Chiara, uma abadessa tão à vontade na política como na oração. Ela entrega Serafina aos cuidados da Suora Zuana, a jovem freira que dirige o dispensário e trata todas as maleitas, da pestilência à melancolia e à automutilação. Perante a improvável amizade que vai unir estas duas mulheres, há quem se mantenha vigilante, como é o caso da severa Suora Umiliana e da misteriosa Magdalena, com um passado de êxtases e visões… Mas o espírito rebelde de Serafina vai abalar irreversivelmente a vida do convento e as mais profundas convicções das suas ocupantes.
Com um fascinante elenco de personagens femininas, Corações Sagrados é um romance sobre poder, criatividade, paixão – secular e espiritual – e o indomável espírito das mulheres numa época em que as forças religiosas, políticas e sociais se uniam contra elas.