O título original deste livro é Songs of the Humpback Whale –
a tradução para português seria Canções da Baleia de Bossa. Nada atrativo pois
não? Talvez por isso tenham utilizado o título À Procura do Amor.
Confesso
inicialmente não gostei. Já existem tantos títulos com a palavra “amor” que
sinceramente estou um pouco farta. No entanto, tenho de concordar que, depois de
ler o livro, faz todo o sentido. E não pensem em encará-lo à letra. É muito
mais do que uma simples busca pelo amor.
No entanto, talvez eu tivesse optado por um título diferente… O Canto das Baleias. Que acham? É que na realidade o que se passa nesta história
é tão forte, potente e mágico como esse canto misterioso que encanta, assusta e
sobre o qual muito pouco sabemos.
Mas falemos sobre o livro.
Nenhum dos livros de Jodi Picoult é fácil. Mexem com os
sentimentos do leitor, baralham-nos as ideias, fazem-nos questionar convicções enraizadas…
Este não foge à regra.
É talvez, no entanto, um dos mais estranhos que já li. Não
pela história em si, mas pela forma como está organizado. Acho que nunca li
nenhum livro que estivesse organizado desta forma.
Passo a explicar…
Quem já leu livros desta autora, sabe que ela tem por hábito
dividir os capítulos por narrador, alternando entre dois, três, quatro, enfim,
uma série de narradores que são as próprias personagens e até lhes atribui
tipos de letra diferentes (adoro isto!). É interessante, pois por vezes acabamos
por ter a mesma situação contada de diversos pontos de vista o que enriquece
imenso a história.
O peculiar desta vez é que uma das personagens anda para trás
na sua narrativa. Ou seja, enquanto todos os outros vão avançando conforme os
eventos vão acontecendo, esta personagem começa quase pelo fim e em cada capítulo
que lhe é atribuído, vai recuando até ao evento inicial.
Quando percebi o que estava a acontecer, isto fez-me uma
confusão enorme, mas lá mais para a frente, por incrível que pareça, cheguei à
conclusão que era assim mesmo que as coisas faziam sentido. Não vos consigo
explicar, apenas vos digo que foi realmente uma maneira original e lógica de
apresentar a história.
Magia… é o que Jodi Picoult consegue fazer com as palavras.
De todas as pérolas que esta mulher escreve tenho de guardar
mais uma. Aqui fica:
«Deixa-me dizer-te uma coisa sobre o amor. É sempre
diferente. Não passa de uma reação química, uma seta por cima de uma equação,
mas os elementos mudam. O amor mais frágil é aquele entre um homem e uma
mulher. Novamente a química: quando introduzimos um novo elemento, nunca
sabemos qual será a força da ligação original. Pode acabar por se formar uma
nova união, deixando algo para trás. Acredito que podemos apaixonarmo-nos
muitas vezes por muitas pessoas diferentes. Mas não acho que seja possível
apaixonarmo-nos duas vezes da mesma maneira. Uma relação pode ser estável.
Outra pode ser um inferno. Quem poderá dizer que uma é melhor do que a outra? O
fator decisivo é a forma como tudo se encaixa. Isto é o amor e a vida.»
Para mais informações sobre este livro podem espreitar aqui ou visitar o site da Civilização.