É, desde há alguns anos, uma
autora que me encanta todas as vezes que a reencontro. Os seus livros são para
mim um prazer garantido.
Ao ler “Uma Promessa de
Felicidade” reencontrei o mesmo tom calmo e cadenciado que caracteriza a sua
escrita. O tom calmo e quase que melancólico, que contrasta em absoluto com os
sentimentos que assumem à flor da pele das suas personagens durante a
narrativa. É essa, a meu ver, a grande beleza da sua escrita.
Desta vez, o cenário desta história surpreendeu-me - o Quénia. Já por lá tinha andado com outras leituras, mas o Quénia que agora descobri foi um pouco diferente. Mais rude, cheio de contrastes, e definitivamente mais real. Gostei imenso da abordagem que a autora faz às diferenças entre os expatriados que ali vivem - os ingleses, os americanos, os alemães - e a forma como cada um deles se relaciona com os que os rodeiam, quer outros expatriados, quer com os nativos.
Também me tocou bastante o relato sobre os conflitos na sociedade queniana, tão vincada pelo machismo, e pelo desrespeito da mulher enquanto ser humano pleno de direitos. As descrições das condições de vida, assim como as diversas menções à corrupção e ao complexo sistema político, são notória influência do tempo que a autora passou em Nairobi - três anos como jornalista numa revista africana.
Anita Shreve soube captar a beleza contrastante e magnífica daquele país. Um excelente pano de fundo para uma história também cheia de contrastes.
Este é sem dúvida um livro que recomendo!
Adorei. :)
Para mais informações sobre este livro podem espreitar aqui ou visitar a página do livro no site da Porto Editora.