Terminei a leitura deste livro com um sorriso nos lábios,
mas ao mesmo tempo com um sabor amargo na boca. Depois de ter tido o prazer de
conhecer o autor, e de ter estado um bom bocado à conversa com ele, fiquei
convicta que este livro deveria ser lido por todos os alunos e professores do
mundo. Sem exceção!
Quando li o exemplo de Bus Mus, uma jovem professora de 15
anos, que sem condições minimamente aceitáveis, lutou com todas as suas forças para
poder proporcionar uma educação a 10 crianças (mais tarde 11), nem soube o que
pensar. Quando vi a sua determinação e vontade aliada a um profundo amor à
Educação, percebi que realmente só deveria ir para esta profissão quem sente a
vocação para o Ensino e não quem adota o Ensino como última solução de carreira.
Talvez muitos dos problemas dos quais os professores de hoje em dia se queixam,
desaparecessem.
Por outro lado, também me comovi com a vontade de aprender
que tinham aquelas crianças. Crianças que por exemplo tinham de andar 40 kms
por dia para ir à escola e que ao chegar a casa ainda tinham de trabalhar…
Crianças que não dispunham de manuais escolares, nem de cadernos ou canetas
coloridas, como as que enchem as mochilas dos nossos filhos… Acreditem, não foi
fácil contornar as óbvias comparações.
De qualquer das formas, o que mais me tocou foi o tom com
que o autor, Andrea Hirata, conseguiu transmitir toda a alegria e vivacidade
daquele grupo de crianças, do qual ele fez parte. Essa mesma alegria e otimismo
que lhe brilha no olhar, e que transforma este livro não só num verdadeiro Hino
à Educação, como também o leva a desempenhar um papel inspirador.
É sem dúvida uma leitura a não perder e para partilhar!
Convido-vos igualmente a lerem o post sobre o encontro com
Andrea Hirata.
2 comentários:
Obrigada pela dica, Fernanda. De facto, quem anda nesta profissão ou o faz por gosto ou é masoquista! Não falo em ensinar, mas em ser professora, em ir dar aulas de rastos porque se esteve a preencher papelada até às tantas, em renunciar a um fim de semana em família porque há trabalho a completar.
É verdade que no meu horário só tenho 30 horas em que estou com os alunos e mais umas quantas para trabalho cooperativo, correções e preparações necessárias e indispensáveis ( e disso só digo bem), mas o resto tão desnecessário quanto desgastante abomino!
Um abraço e boa semana.
Fiquei muito curiosa ao ler este teu comentário... parece um livro mesmo inspirador!
bjs*
ps. deixei.te um selinho ;)
http://blocodedevaneios.blogspot.pt/2013/04/selo-desafio-arco-iris.html
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