Existem livros que se distinguem pela originalidade. Este é um
deles. Uma história fabulosa, bem forjada, escrita com uma sensibilidade
incrível que nos envolve, embala e surpreende.
O título resume bem do que se trata, as memórias
de um amigo imaginário. Budo, que nos conta toda a história, é amigo de uma criança especial cuja presença transforma toda a esta experiência de leitura. Max é um
menino com uma forma ligeira de autismo, tendo alguma dificuldade em lidar com
o mundo da forma como o conhecemos e que utiliza o seu melhor amigo para o ajudar. No entanto, a informação que Budo nos
revela na sinopse, é o mote para uma história para além do óbvio…
«O meu nome é Budo. Existo há cinco anos. Cinco anos é muito tempo para alguém
como eu. Foi Max quem me deu o nome. Max tem oito anos. Max é o único
ser humano que consegue ver-me. Sei aquilo que Max sabe e algumas coisas que
não sabe. Sei que Max corre perigo. E sei que sou o único que pode salvá-lo.»
Com uma simplicidade ensurdecedora, e através da inocência
de Budo, o autor consegue falar-nos de coisas extremamente importantes ao mesmo tempo que no enredo nos distrai com algo que mexe com os nossos sentidos e nos põe alerta e a querer ler mais e mais, para saber como se desenlaça a ação.
É uma leitura pela qual não conseguimos passar incólumes. É sem dúvida um livro original cheio de surpresas e
repleto de significado que me entrou no coração. Adorei!
A não perder.