Sou um verdadeiro “pé de chumbo” no que diz
respeito à dança, mas adoro ver dançar. E o tango é daquelas danças em que é
impossível ficar incólume, já que quem dança derrama no palco toda a sua essência
enquanto ser que vive, respira e sente.
O tango mistura a paixão e a sensualidade, com a
agressividade e a tristeza. É uma dança crua, onde o homem domina e a mulher seduz
e se torna submissa. É uma das danças de salão que mais me encanta, embora
acredite que o género esteja bem distante do que o autor apelida de tango da velha
guarda, o tango que ainda se dança em alguns locais na Argentina.
Relativamente
ao livro, é maravilhosa a simbiose entre a dança e a história. É quase como se
o que acabei de escrever acima sobre o tango, se aplicasse na perfeição à história.
É
um romance extraordinário que se desenrola ao longo de quatro décadas no século
XX. Inicia-se
lenta e lascivamente em 1928 em Buenos Aires, transformando-se e assumindo uma
posição mais audaz e arriscada 10 anos depois na Riviera Francesa, durante a
Guerra Civil Espanhola, para nos anos 60 chegar a uma conclusão tão inquietante quanto
brilhante, em Sorrento, Itália.
Uma paixão em três atos, uma história de espionagem, traições e desenganos. De tirar o fôlego a qualquer um. Fabuloso!
Foi
o meu primeiro contacto com Artur Pérez-Reverte e devo dizê-lo que me agradou
imenso a elegante escrita desde autor.
É sem dúvida uma leitura que espero revisitar. Gostei imenso!
É sem dúvida uma leitura que espero revisitar. Gostei imenso!