Este é um desses exemplos. Uma história verídica da nossa História de Portugal: o amor proibido entre uma jovem freira do Mosteiro de Odivelas e o Rei-Sol, D. João V, o Magnânimo.
Naquela época, ao que parece não era um caso insólito, essas aventuras ilícitas entre nobres e freiras, e nem mesmo o rei escapava a essa tentação. O que diferencia este amor dos outros que supostamente o rei manteve antes e depois de Paula, é a cumplicidade que havia entre eles. Ambos possuidores de uma personalidade forte, chocavam-se mas simultaneamente complementavam-se, e estou certa que, caso o destino tivesse sido diferente, Paula teria dado uma rainha excecional.
«Para o mundo ela era apenas uma freira. Mas para El Rei ela era uma rainha.»
Sobre a escrita da autora que não conhecia, Patrícia Müller, tenho a dizer que me conquistou verdadeiramente. Soube narrar, sem intervir. Soube captar a nossa atenção e capturar o nosso coração para este amor impossível. E acima de tudo, conseguiu um feito que a meu ver é extraordinário: as cenas que poderiam ser apelidadas de mais quentes, ela narra-as sem emoção, de uma forma quase clínica, o que para pessoas que como eu não apreciam esse tipo de romances é fantástico. Caso contrário, poderia acontecer tornar-se num livro desse género.
Fiquei fã de Madre Paula, que filha de um pobre ourives foi aos 15 anos enviada para um Mosteiro, onde soube gerir a sua vida e a da sua irmã, usando as ferramentas que lhe foram dadas.
O meu pecado? Traí Deus com um homem. Um rei. Tivemos um filho, prova viva da minha culpa. Não choro, não me arrependo. Que falem, experimentem viver atrás das grades, reclusos num palácio de ouro. Nascessem pobres, mal tendo o que comer, chegassem a amar a ponto de não poderem saber se estão vivos ou mortos. Saberiam o que é caminhar nos meus sapatos e poderiam ensaiar todos os julgamentos do mundo.
Recomendo sem hesitações! E merece sem dúvida as minhas 5*!
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