Opinião: "A incrível viagem do faquir que ficou fechado num armário Ikea" de Romain Puértolas

Um livro com este título não passa certamente indiferente por com quem ele se cruza. Pelo menos comigo assim foi. E quis logo saber mais sobre a tal viagem e o dito faquir, e acima de tudo conhecer algo sobre o autor que deu largas à imaginação e desenvolveu uma tão incrível história a partir de uma premissa tão simples e ao mesmo tempo estapafúrdia, que é alguém esconder-se num armário numa loja de móveis como o Ikea e daí partir para... Não digo. Têm mesmo de ler para se poderem rir como eu ri, e surpreenderem-se como eu me surpreendi.

Voltando ao autor, a biografia de Romain Puértolas é certamente a mais original e louca que já alguma vez li. Ora comprovem por vocês mesmos:

«Romain Puértolas
 nasceu em Montpellier, em 1975. Quando era novo, queria ser cabeleireiro-trompetista, mas o destino trocou-lhe as voltas. Oscilando entre a França, a Espanha e a Inglaterra, foi sucessivamente DJ, compositor-intérprete, professor de línguas, tradutor-intérprete, comissário de bordo, mágico, antes de tentar a sua sorte como cortador de mulheres num circo austríaco.
Rapidamente despedido por ter mãos escorregadias, resolve dedicar-se à escrita compulsiva. Autor de 450 romances num ano, ou seja, 1,2328767123 romances por dia, consegue finalmente arrumar os seus próprios livros numa estante Ikea. Infelizmente, despojado de 442,65 dos seus romances por extraterrestres dotados de uma inteligência e um gosto bem acentuados, Romain Puértolas vê-se reduzido a uma estante estilo caixote de pêssegos periclitante e desesperadamente vazia. Segue atualmente uma carreira de agente da polícia em França e só tem uma coisa em mente: encontrar aqueles que perpetraram o golpe»

Demais, não? :D
Realmente de uma figura destas só poderia sair um livro como este.

Mas para lá da aventura, do divertimento e dos momentos de agradáveis gargalhadas e relaxamento que esta leitura nos proporciona, a verdade é que também nos mostra um outro lado. Um lado mais sério, quase subliminar, que nos apela à reflexão e à capacidade que todos temos dentro de nós, de pensar primeiro no outro e depois em nós, sendo esse o verdadeiro caminho para a felicidade.
Mas agora sou eu que já estou a divagar... A verdade é que gostei imenso deste livro. Não só pelo desfile de países e culturas, como pela complexidade de certas situações, que só consigo descrever como irreais, mas que sem elas, nada disto faria sentido.
Recomendo sem hesitações!

Para mais informações sobre este livro, queiram por favor espreitar aqui ou visitar a página do mesmo no site da Porto Editora » aqui.
Em www.bertrand.pt

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