Este livro contém duas histórias que se cruzam através de uma
ténue ligação. Creio que a intenção da autora seria contar duas histórias que não
tendo muito em comum, se unissem pelo facto de faltar apenas cinco dias para
que algo de importante e devastador aconteça. Um prazo, no fim do qual alguém,
em ambas as famílias, irá sofrer.
As duas histórias abordam temas delicados e sérios.
Por um lado, no caso de Mara, temos uma família que está à beira de ser destruída pela doença de Huntington – uma doença genética incurável e neurodegenerativa que num período relativamente curto incapacita uma pessoa (ver mais aqui). À medida que os sintomas vão piorando, Mara que não quer sobrecarregar a sua família, opta avançar com uma solução drástica para o seu problema. Não é uma decisão fácil, e ao longo desses cinco dias vamos acompanhar Mara, nas suas incertezas, receios, lutas e rendição final.
Por um lado, no caso de Mara, temos uma família que está à beira de ser destruída pela doença de Huntington – uma doença genética incurável e neurodegenerativa que num período relativamente curto incapacita uma pessoa (ver mais aqui). À medida que os sintomas vão piorando, Mara que não quer sobrecarregar a sua família, opta avançar com uma solução drástica para o seu problema. Não é uma decisão fácil, e ao longo desses cinco dias vamos acompanhar Mara, nas suas incertezas, receios, lutas e rendição final.
Para mim esta é a história principal, uma história um pouco
negra, com bons argumentos para partir o coração de qualquer leitor. No entanto, a
autora consegue evitar a chamada “lamechice”, tratando do assunto com alguma
frieza e distanciamento, o que para quem lê, digo-vos, é muito reconfortante.
Numa altura em que tanto se fala nos direitos que os doentes incuráveis têm em optar pelo suicídio assistido, este é um bom livro para meditarmos um pouco sobre
o assunto.
Na segunda história, temos uma situação que muito provavelmente encontraríamos
facilmente numa sociedade como a nossa. Scott e a sua esposa, Laurie, foram
durante um ano, família de acolhimento para um rapaz de 6 anos. Mas enquanto
que Laurie está finalmente grávida e desejosa de dizer adeus a Curtis para dar
início à sua ideia de família perfeita, Scott encontra alguma dificuldade em
conseguir desprender-se daquele menino que conquistou o seu coração no último
ano. E são esses últimos cinco dias que Scott tem com Curtis, que vamos
acompanhar com as voltas e reviravoltas que acabam por afetar o desenlace da história.
Talvez numa tentativa de contrabalançar com a história de Mara, esta será a história mais positiva do livro, embora altamente enervante, uma vez que autora consegue transmitir-nos na perfeição a frustração de Scott relativamente ao sistema, à sua esposa e à situação periclitante de Curtis.
Talvez numa tentativa de contrabalançar com a história de Mara, esta será a história mais positiva do livro, embora altamente enervante, uma vez que autora consegue transmitir-nos na perfeição a frustração de Scott relativamente ao sistema, à sua esposa e à situação periclitante de Curtis.
Em suma, é um livro para se ler com uma postura analítica,
mas ao mesmo tempo sentindo todo o Amor que envolvem as decisões tomadas pelas
personagens de ambas as histórias.
Gostei bastante!
Gostei bastante!