Dos livros que li desta autora, este é sem dúvida o meu
favorito. Apesar de os outros dois também abordarem questões tão controversas quanto
sensíveis, julgo que talvez por ser um tema tão próximo e querido da autora,
ela conseguiu dar-lhe um timbre diferente, uma voz especial.
Nos outros dois livros "O Jardim das Memórias" e "Ao Encontro do Destino", Hatvany
aborda igualmente temas controversos como as doenças mentais, a violência doméstica e o alcoolismo. Problemas muitas vezes escondidos no seio de cada
família, mas deixando sempre as suas marcas e cicatrizes muito profundas.
Neste “A Linguagem das Irmãs”, a autora apresenta-nos como
uma das suas personagens principais uma adulta com um distúrbio neurológico que
a incapacita para a vida. No final do livro, Hatvany explica que a sua irmã foi
uma das primeiras pessoas no E.U.A. a ser diagnosticada com o tal distúrbio, chamado
como Sindroma de Rett, um dos tipos mais graves de autismo. Mas, distanciando-se
da realidade, a autora consegue elaborar uma história maravilhosa e
simultaneamente poderosa, sobre a redenção de uma família destruída pelo drama
e pela culpa, e sobre segundas oportunidades.
Todas as personagens têm o seu papel, e sou sincera, gostei
imenso da forma como a autora as desenvolve com as suas próprias histórias e interligações
com as outras personagens. Gostei muito de Nicole, a irmã mais velha de Jenny,
que longe de ser perfeita e ainda meio perdida no mundo, descobre que afinal,
a estrada para a felicidade passa por reaproximar-se da sua irmã e
responsabilizar-se pelo seu futuro e bem estar. É-nos apresentada tão falível
quanto qualquer um de nós, o que a torna numa personagem bastante credível e
cativante. Mas a minha personagem favorita é Nova, amiga de infância de
Nicole, e cuja amizade é retomada agora com o regresso de Nicole a Seattle. É
uma personagem forte, uma mulher sem papas na língua, uma daquelas amigas que
todos nós devemos ter para nos abrir os olhos quando é preciso, e nos acolher
nos seus braços quando nem sequer sabemos que o necessitamos.
É na realidade uma história lindíssima, nada lamechas (não há
lágrimas nem soluços, acreditem!), e extremamente realista. Abre-nos os olhos
para a dura realidade de quem tem de lidar com uma situação como a descrita no
livro e que infelizmente não é tão rara como imaginamos. Mas lembra-nos também
que sem Amor, quer de família quer de amigos, dificilmente encontraríamos o
nosso caminho.
Muito, muito bom!! Recomendo sem hesitações.
Hatvany está rapidamente a tornar-se numa das minhas autora
favoritas, quase ao nível de Jodi Picoult. Se não conhecem a autora, este é um
excelente livro para começar. :)
Para mais informações sobre este livro podem espreitar aqui ou visitem a página do mesmo no site da Top Seller »aqui.