A história está muito bem escrita, e os factos estão todos lá, mas não sei, parece-me que faltou algo na construção, o tal ingrediente secreto que alguns escritores conseguem imiscuir na história e arrebatar os seus leitores.
Não obstante, trata-se de uma história muito interessante, aliás, três histórias distintas e muito interessantes, que têm como fio condutor a paixão pelo chocolate.
São três histórias perdidas no tempo, em que a primeira é a mais contemporânea, podendo dizer-se que se passa nos nossos dias, a segunda mais recuada no tempo - no séc. XIX, e a terceira, perdida no séc. XVIII. Todas elas têm como personagens principais uma mulher, que por sua vez têm três coisas em comum: o facto de viverem em Barcelona, terem as suas vidas relacionadas com o mundo do chocolate e serem as proprietárias de uma mesma chocolateira branca.
Gostei mais da história que se passa no século XIX, e quis-me parecer que a autora também lhe dedicou mais atenção, não se perdendo em tantos pormenores, como na do século XVIII, nem cedendo a futilidades como com a protagonista do presente.
Um coisa que achei muito interessante é o facto de o livro começar com a chocolateira a ser partida (por acidente) e terminar exatamente quando acaba de ser feita, numa fábrica de porcelanas. Podemos dizer que se trata de uma história com princípio, meio e fim, sendo que o fim é exatamente o princípio.
Sobre a escrita da autora, voltei a encontrar a sua propriedade camaleónica, que tanto me agradou no primeiro livro, sendo que as três histórias poderiam ter sido facilmente escritas por pessoas diferentes e adaptadas à época que retratam.
Foi uma leitura muito interessante, que não só me ensinou imenso sobre a cultura do chocolate na Europa, como me abriu o apetite por uma boa chávena de chocolate.
Para mais informações podem espreitar aqui ou visitar a página do livro no site da Planeta » aqui.