Este é daqueles livros que assim que começamos a ler é quase
impossível de parar. A história é mesmo muito interessante e aborda uma série de
questões pertinentes, mas a forma como está escrito, a maneira como o enredo se desenvolve, é viciante. Prende o leitor e não o deixa fugir até chegar à última página!
Como em outros livros desta maravilhosa autora, a história
começa devagarinho, levando-nos a entrar na vida de Clemency Smith com pezinhos
de lã. Aos poucos, e sempre num tom algo intimista que nos convida a sentir à
vontade, vamos conhecendo intimamente a personagem principal e a sua história
familiar que se revela cheia de segredos. Clemency é uma personagem que
inicialmente nos parece um pouco frágil, mas à medida que a história avança
apercebemo-nos que não é bem assim. É talvez mais cautelosa do que a maioria de
nós, devido às dificuldades que teve durante a vida, e quase sem querer damos por nós a admirá-la. Clemency, também conhecida por Smitty, é uma mulher de
trinta e muitos que foi adotada em bebé. Está neste momento a recomeçar a sua
vida após perder o pai adotivo e a separar-se do seu marido. Seria uma revolução
para qualquer um de nós, mas para Clemency, as coisas ainda se vão tornar mais
difíceis.
Não querendo estragar a leitura para os que ainda não leram
o livro, não acrescento mais sobre a história em si. Sobre a forma como está
escrito, tenho de dizer que senti-o como uma sinfonia. Há momentos em
que o crescendo é quase impossível de aguentar, levando-nos a agarrar o peito
prestes a rebentar, e depois, noutros pontos da história, há uma certa
calmaria, reconfortante, que se revela clarificante.
Foi uma leitura plena de emoções. Dorothy Koomson é sem dúvida
uma exímia contadora de histórias, que nos reconquista com cada novo livro. E
esta é uma história que não vou facilmente esquecer. Excelente!
Para mais informações sobre o livro, queiram visitar a página do mesmo no site da Porto Editora » aqui.
Sobre a autora, convido-vos a descobrir mais aqui.