Ariadna abandona uma vida segura e convencional para se lançar
numa aventura laboral na América do Sul, mais propriamente, na Costa Rica.
Rapidamente
se vê numa espiral vertiginosa de loucuras e exageros, lançando-se num rol de paixões
desenfreadas, potenciadas pelo álcool e pela cocaína. Mas correr de mão dada
com o perigo acaba sempre, mais tarde ou mais cedo, por trazer dissabores. E
Ariadna não foge à regra. Acaba por acordar para a realidade, e decide que os
seus dias naquele paraíso de praias brancas tem de terminar. Deixa para trás a
memória de um grande amor e regressa às suas origens, Barcelona, não só para recuperar, como para recomeçar.
É mais ou menos este o resumo da história. Mas o livro é muito mais do
que apenas isso. A meu ver, José Maria Mendiluce acabou por escrever um verdadeiro hino à
liberdade. À liberdade de nos perdermos para nos voltarmos a encontrar. À
liberdade de viver o hoje, sem pensar no amanhã. À liberdade de quebrar com todas as convenções e viver a vida no seu expoente máximo, a pura vida... Quem já não sonhou um dia em poder fazê-lo?
Mas... será essa é verdadeira pura vida? Ou essa encontramo-la no olhar do nosso filho, no suave respirar do nosso amor junto a nós?
É uma história interessante, diferente do que se lê por aí
ultimamente. Escrita num tom morno, sedutor, que quase nos parece querer
embalar, o autor consegue transportar-nos para aquele mundo tão diferente do
nosso, onde a humidade se mistura com o suor e o som dos tambores ecoam na
selva não muito longínqua.
Gostei muito.