Quando leio um livro, e tendo em vista que vou escrever a minha opinião quando o terminar, tomo em consideração alguns fatores, nomeadamente o percurso do autor. Neste caso, há que referir que Lone Theils é uma autora de primeira viagem, e apesar de ter sido jornalista correspondente em Londres de jornais dinamarqueses, este é o seu primeiro livro.E para um primeiro livro achei que a autora fez um bom trabalho. É certo que se nota uma certa inexperiência / simplicidade na escrita (o que contrasta com algumas das palavras escolhidas na tradução para português, ex. decénio em vez de década, que me provocou imensa comichão!), mas toda a história está muito bem contada e bem organizada, o que para mim é fulcral neste género. Para além disso não há demasiada informação sobre os crimes (no último thriller que li a descrição dos crimes punha-me mal disposta! lol), ou seja, é um thriller mais soft, o que me fez lembrar um pouco a Sandra Brown, cujos thriller são bem mais levezinhos.
A meu ver, esta era uma história que poderia facilmente ser adaptada ao pequeno écran, como uma mini-série, por exemplo... e eu via-a de certezinha! Para mim este é o maior elogio que posso dar a um livro deste género: se passa em modo "filme" na minha cabeça, então podia muito bem ser visto na televisão!
Gostei imenso da personagem principal, Nora. Calma, ponderada e curiosa, com uma vida profissional intensa e uma vida amorosa curiosa. Ela contribuiu em muito para o meu interesse constante na leitura, pois é fácil relacionarmo-nos com ela. As outras personagens são igualmente verosímeis, estão bem desenvolvidas e com um papel bem definido no enredo. O mau é mesmo muito mau e o final não é facilmente adivinhado. Gostei.
Resumindo, não sendo daqueles thrillers de tirar o fôlego, achei-o uma leitura fácil e cativante que me entreteve e me tirou da cabeça os problemas do dia a dia. Não é esse um dos propósitos dos livros? Fico a aguardar por ver a evolução desta autora. Acho que promete. :)
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