"A Grande Solidão" é uma poderosa história sobre amor e perda, sobre luta e sobrevivência, sobre o estado selvagem, tanto no homem como na natureza. Nada me poderia preparar para o que encontrei ao abrir as primeiras páginas. Foi uma experiência maravilhosa.
Mas não se enganem. A Grande Solidão é uma história de amor. Daquele amor tóxico que nos embriaga, daquele amor delicado que nos enternece, daquele amor enorme que nos faz crescer.
A história parece simples. No entanto, é tudo menos isso. Leni e a sua mãe, Cora, preparam-se para mais uma mudança. Desta vez rumo ao Alaska, em perseguição de mais um dos sonhos de Ernst, um veterano da
guerra do Vietnam que sofre do ainda não descoberto PTSD. Os três iniciam viagem completamente despreparados para o que vão encontrar, mas em conjunto com os simpáticos habitantes da baía de
Kachemak, lá se vão equipando, aprendendo e preparando para o inverno que se
aproxima. No entanto, como irão, entretanto, perceber, o perigo não se
esconde apenas a cada esquina do Alaska. Esconde-se igualmente dentro da cabana
dos Albright.
Kristin Hannah gosta de
começar devagar. Ela vai construindo o enredo à medida que desenvolve as suas
personagens. Desde o seu núcleo, ela as vai tecendo, até que as ficamos a conhecer profundamente. O que sentem, o que pensam, mesmo sem o verbalizar. É um dom
maravilhoso, o desta autora.
Entramos então num tipo
de narrativa imersiva, que mexe com todos os nossos sentidos e sentimentos. A par e passo com a agressividade da paisagem que rodeia a história, a brutalidade dos
sentimentos que nos provoca é pungente. Foram poucas as vezes que me senti assim ao ler um livro.
Mas não se enganem. A Grande Solidão é uma história de amor. Daquele amor tóxico que nos embriaga, daquele amor delicado que nos enternece, daquele amor enorme que nos faz crescer.
Desafio-vos: sujeitem-se a descobrir o
que um livro vos pode fazer sentir. E depois contem-me como foi ler A Grande Solidão de Kristin Hannah.