Como já deverão saber, sou grande fã do trabalho de Liane
Moriarty. Adorei todos os seus livros já publicados em Portugal, e continuo
sempre ansiosa por ler o próximo. Com este “Nove Perfeitos Desconhecidos” não
foi diferente. Assim que o tive nas mãos, pouco tardou para que o começasse a
ler.
Tal como esperava, este livro é capaz de ser o melhor exemplo
do tipo de obra que Liane Moriarty é capaz de produzir. Um exemplo
extraordinário, já que ela explora a 100% a sua capacidade de tirar o sumo das
personagens que cria. Confesso que nunca encontrei uma autora que trabalhasse
tão bem as personagens, ao ponto de as tornar no ponto fulcral de uma história.
Ela traz ao de cima todas as idiossincrasias, dissecando com habilidade extrema
os seus pensamentos e sentimentos, os seus medos e os seus desejos.
O livro aborda um tema que aparentemente fascina a autora (li
numa entrevista): as clínicas de bem-estar que estão na moda tanto na Austrália
e nos EUA. Nove pessoas, em diferentes estágios da vida, com diferentes objetivos
e anseios, inscrevem-se numa clínica dessas com a promessa de obterem transformação.
Mas na Tranquillium House, vão encontrar algo que não esperavam.
A história é-nos narrada do ponto de vista de cada um dos
intervenientes, que mudam a cada capítulo, e aos poucos, como se fossemos
descascando uma cebola, vamos chegando ao núcleo de cada um. É a mais perfeita desculpa para a autora dar asas à sua magia
e esmiuçar a mente humana e a forma como nos conectamos uns com os outros.
Quem gosta e conhece os livros de Liane Moriarty vai perceber
o que vou dizer: este livro é o perfeito exemplo de que por vezes o mais
importante é a viagem e não o destino. Gostei imenso, e sei que algumas daquelas
personagens (sim, tenho uma ou duas favoritas). vão ficar comigo durante algum
tempo.
Recomendo.