Faço aqui um pequeno aparte, dizendo-vos que com este livro tive uma experiência engraçada e um pouco fora do normal. À hora de almoço lia o livro, e ao final do dia, enquanto apreciava o por de sol de fim de outubro junto à praia, lia ao meu marido as passagens relativas às interessantíssimas informações histórico-politicas que a autora fornecia por entre a história de Sira. Foram uns quantos finais de tarde bem aproveitados, pois aprendi imenso sobre a luta por Jerusalém quando era governada pelo Reino Unido.
A Segunda Guerra Mundial entretanto termina, e Sira é colocada uma vez mais à prova. O destino exige que ela dê a volta e se reinvente. Sem entrar em muitos detalhes, pois não desejo estragar-vos a leitura, posso que dizer que ela segue para o Reino Unido e de lá regressa a Espanha, novamente encarnando o papel de colaboradora dos Serviços Secretos Britânicos, para acompanhar, como pseudo-jornalista, a visita de Eva Péron ao país de Franco. Aí posso dizer que me senti completamente transportada para a época e estive lado a lado com Sira, admirando a força da natureza que era Evita, e vendo a forma como o povo espanhol a recebia.
Maria Dueñas, a autora, é uma verdadeira contadora de histórias. Encanta-nos, quase que nos hipnotiza, e leva-nos de mão dada até lugares e situações longínquas no tempo. Não vos conto mais sobre a história deste livro. Quero que se encantem e fascinem como eu. As 608 páginas voam num ápice, e Sira é novamente aquela personagem carismática, atrativa e inesquecível, com mais força e determinação que no primeiro livro. Adorei e recomendo sem hesitações.
Recordo igualmente a oportunidade maravilhosa que tive em estar à conversa com Maria Dueñas, quando ainda era possível o fazer sem restrições - aqui.