Este livro é uma verdadeira aventura.
Não sei se já leram alguns autores indianos, mas há uns quantos cujos livros li e adorei: Aravind Adiga, Vikas Swarup, Alka Joshi, Chitra B. Divakaruni, por exemplo.
Deepti Kapoor, a meu ver, acabou de se juntar a essa lista em grande estilo. (Sabiam que esta autora vive em Portugal?)
A Idade do Vício é uma saga familiar, mas simultaneamente um thriller, um policial, um drama e uma história de amor. A ação poderia passar-se em qualquer lugar no mundo onde haja corrupção, gangsters, riqueza e pobreza extremas. Mas passa-se na India, no final dos anos 90, inicio do novo século.
A história começa com Ajay, um rapaz de 8 anos muito pobre, de casta inferior, que é vendido para pagar umas dívidas da família. Acompanhamos Ajay até ser um jovem adulto, tendo tido o seu carácter e maneira de ser moldados pelos anos de subserviência e sofrimento. Mas Ajay é uma alma boa, gentil, paciente e observador. Só a sua história já fazia um livro. Adorei esta personagem.
Depois, a história muda radicalmente. Dos campos verdes de Uttar Pradesh, saltamos para Nova Deli, para os muito ricos, que vivem a vida a seu bel-prazer. É aí que conhecemos Sunny Wadia, o filho-herdeiro do império Wadia, e Nede, uma jovem jornalista que se vê envolvida nesse meio de festas e impunidades.
A história aborda tráfico humano, drogas, crime e violência. Mostra-nos o que já sabemos, o quão pouco vale uma vida quando o interesse monetário e a sede de poder surgem em primeiro lugar.
Foram 648 páginas que li num ápice. Um livro viciante, escrito de uma forma sedutora, com o ritmo a adequar-se à ação. Fiquei feliz por saber que se trata do primeiro livro de uma trilogia, pois este é daqueles que gostaria mesmo que tivesse continuação. Muito bom!
