"Às Minhas Filhas" de Elizabeth Noble

Não gosto de histórias verídicas. Acho que para “verídica” já nos chega a própria vida, por isso fico satisfeita quando leio coisas que não são histórias reais, mas que saíram da cabecinha pensadora de alguma alminha.

Sei que saíram há relativamente pouco tempo livros escritos por duas mães (julgo que uma era francesa e a outra inglesa) cuja batalha contra uma doença terminal não lhes deixou outro remédio senão o de transmitir o legado aos seus filhos através de um livro. Histórias reais. De partir o coração. E das quais eu nem sequer me aproximei!

Quando este livro me caiu nas mãos… nem sabia o que havia de pensar. Comecei por espreitar a sinopse e apercebi-me que afinal de contas não se tratava de uma história verídica. “Ufa! Ao menos isso…” pensei eu. Mas a verdade é que eu estava bem longe de imaginar a delícia que esta leitura ía ser.

Sim, tem partes infinitamente tocantes, que nos faz vir as lágrimas aos olhos uma série de vezes. Mas ao invés de se focar a história no antes de acontecer o que tem de acontecer (ou seja, a morte da mãe), a história desenrola-se no após, ou seja, após as primeiras páginas já nos encontramos no regresso ao dia-a-dia daquela família, sem a mãe. E que família! São quatro filhas e um marido. Bem, as quatro filhas não são todas deste marido, só uma (a mais nova) é que é. E Barbara (a mãe) é daquelas personagens que apesar de apenas estar presente através do testemunho dos outros e das suas próprias cartas, sentimo-la tão perto e tão viva como qualquer uma das outras. Percebemos a força da natureza que ela era e admiramo-la. Era sem dúvida uma mulher fantástica! De alguma forma tentou ajudar as suas filhas e o marido a ultrapassar o desgosto que a sua morte lhes deixou, e ajudá-las a completarem-se (pois segundo ela, achava que elas ainda estavam incompletas, que o seu trabalho como mãe ainda não tinha terminado).
Mas o extraordinário deste romance é que pega na parte positiva de uma coisa negativa e cresce a partir daí. É uma história que nos dá força, que nos impulsiona para a frente, à medida que vemos as personagens a conseguir andar com a sua vida para a frente. Este romance é um verdadeiro hino à vida, ao amor e à família e eu só me posso dar por muito feliz por tê-lo lido.

Sinopse:
Quando lhe é diagnosticado um cancro, Barbara Forbes sabe que não lhe resta muito mais tempo de vida. Com quatro filhas ainda muito dependentes do seu apoio, tem pela frente a difícil missão de as preparar para a grande perda que sabe que a sua morte significará para elas. Mas o seu legado revela também um segredo que guardou durante anos e que virá tumultuar toda a família. Com uma compreensão instintiva da relação mãe-filha, uma grande intensidade emocional e uma escrita soberba, este romance celebra a família, a amizade… e as infinitas possibilidades da vida.
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