Opinião: "Três" de Valérie Perrin

Há livros que não se esquecem. Que são um privilégio ler. Que nos entretêm, conquistam, emocionam, marcam. Este é isso tudo.

Quando li o A Breve Vida das Flores no início deste ano, fiquei na dúvida se tinha encontrado uma autora especial ou se era mais um daqueles "one hit wonders", um livro único cuja qualidade o autor não volta a replicar. Este "Três" é a prova dos nove. Não há dúvida, Valérie Perrin é uma autora absolutamente maravilhosa. Conquistou-me com este livro, tal como com o primeiro.

Mas, há que dizê-lo. São diferentes. Têm a mesma qualidade, a escrita, o desevolvimento da história, as personagens, a forma como está organizado, tudo perfeito, cinco estrelas. Apenas são diferentes. 

Enquanto o primeiro se centra numa única personagem principal, por quem nos apaixonamos completamente, este "Três" tem, como bem o nome indica, três personagens principais que acompanhamos desde a infância até à idade adulta. São personagens incríveis, super bem estruturadas, com as suas personalidade, virtudes e defeitos, enredadas numa amizade sem mácula, que perdura apesar do que a vida lhes atira para cima. Acompanhamos os seus percursos, as suas alegrias e tristezas, a forma como se apoiam, os que os rodeiam, os que os amam e os que os odeiam. E descobrimos o seu âmago, que por vezes não é bom nem mau, apenas diferente.

Tal como no primeiro livro, este também tem o seu segredo, que engenhosamente a autora nos vai revelando aos bocadinhos, quase sem darmos por isso. E é também esta habilidade, que é uma delícia descobrir na leitura. Valérie Perrin é uma verdadeira contadora de histórias. Fiquei refém da sua escrita. Quero mais!

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