As árvores ficam onde estão. O oposto sucede no coração humano.
Um amor proibido nas Pampas argentinas.
Numa apaixonante paisagem onde o sol se põe em tons de fogo, a escritora inglesa, Santa Montefiore, escreve um épico de amor, desilusão e segundas oportunidades.
No rancho de Santa Catalina os irmãos Solanas vivem e crescem juntos.
Quando Paco se apaixona por uma irlandesa, Anna Melody, tudo muda na família. A filha de ambos, Sofia, que cresceu sob a sombra da Ombu na quente planície, vive um amor proibido que a obriga a deixar a terra que sempre amou. Uma saga de família a levar-nos da Inglaterra à Argentina, numa cuidada narrativa de emoções fortes com um inigualável odor a gardénias...
O Ombu é a única árvore nativa nas Pampas. De ancestrais raízes essa árvore cresce e observa em silêncio os homens e mulheres que por ali passam. Sofia, filha de um argentino e de mãe irlandesa, espiga rebelde e decidida. A sombra da árvore é o seu esconderijo favorito. Ali pode passar horas a observar a vasta paisagem, conversando com os primos Maria e Santiago. Enquanto a sua mãe, Anna Melody, se tenta adaptar à terra do marido, Sofia cresce enraizada naquele lugar não concebendo sequer partir. Ao apaixonar-se pela pessoa errada é obrigada pela família a abandonar o rancho voltando vinte anos depois....Um épico de amor, perda e aprendizagem da vida.
Natural de Winchester, Inglaterra, mas de ascendência argentina, Santa Montefiore escreveu um poderoso romance sobre o sentimento de pertença a um lugar, sobre a violência das paixões e o deixar para trás o passado recomeçando noutro lugar, investindo em outros afectos. Na vida não amamos só uma vez, nem de uma só forma. Sofia, a protagonista, descobre isso já mulher. Mas descobre-o ainda a tempo de ser feliz.
Podem ler o 1º capítulo aqui.
A minha opinião:
Que história magnífica!
Fiquei completamente apaixonada pela pampas da Argentina, pelo rancho de Santa Catalina, pela personalidade de Sofia, e pelo amor intemporal entre ela e Santi.Na verdade é esse o tema central de toda esta história: o Amor. Vários tipos de amor, se formos a ver bem.
É uma leitura muito intensa, que nos arrasta por dois continentes, e ao longo de 4 gerações. Apercebemo-nos da evolução da Argentina enquanto país, e admiramo-nos ao verificar que o núcleo duro da família Solanas conseguiu manter-se incólume e unido.
Não é uma história cor-de-rosa. É sim uma história verosímil que nos fala de escolhas e consequências.
Adorei! :)
Gostei muito de uma história que o avô de Sofia lhe contou sobre o "Presente Precioso" e que aqui transcrevo:
"(...)
- É uma história verdadeira sobre um rapazinho que vivia com os avós. O avô era um homem sereno e espiritual que lhe contava histórias maravilhosas. Uma das histórias que contou ao neto foi a do Presente Precioso.
(...)
- O menino ficou muito entusiasmado e perguntou ao avô que presente era. O velho disse-lhe que, a seu devido tempo, ele acabaria por descobrir, mas que era uma coisa que lhe traria uma felicidade duradoura como nunca antes sentira. Então o rapazinho manteve os olhos bem abertos e quando lhe deram uma bicicleta no dia dos anos, pensou que fosse aquele o "Presente Precioso", que o avô lhe descrevera. Mas, algum tempo depois, aborreceu-se do brinquedo novo e aprecebeu-se que aquele não poderia ser o "Presente Precioso", porque o avô lhe tinha dito que lhe traria uma felicidade duradoura.
Então o rapazinho cresceu e transformou-se num jovem que conheceu uma rapariga por quem se apaixonou. Por fim, pensou, «É este o presente precioso que me vai trazer a felicidade duradoura.». Mas discutiram, não se entenderam e acabaram por se separar. Então o jovem viajou e correu o mundo e em cada lugar novo pensou ter encontrado a verdadeira felicidade, mas estava sempre à procura de mais um país, de mais um local maravilhoso e descobriu que a felicidade nunca durava muito. Era como se procurasse uma coisa inatingível, mas que, mesmo assim procurava. E isto entristecia-o. Depois, tendo voltado a casar-se e já com filhos, achou que ainda não tinha descoberto o seu "Presente Precioso" de que o avô lhe tinha falado e começou a ficar desiludido.
Por fim o avô morreu e com ele o segredo do "Presente Precioso".... ou pelo menos foi o que o jovem pensou. Sentou-se muito triste a pensar nos momento felizes que tinha partilhado com o seu sábio avô. E por fim, depois de tantos anos de busca apercebeu-se.
Porque seria que o seu avô estava sempre tão satisfeito, tão contente, tão sereno? Porque seria que, quando se falava com ele, ele nos fazia sentir a pessoa mais importante deste mundo? Porque seria ele capaz de criar uma atmosfera tão pacifica à sua volta que a passava a todos que conhecia? Afinal o Precioso Presente não era um presente no sentido material da palavra. Era de facto o aqui e agora, o presente, el momento... ahora.
O avô tinha vivido o momento e saboreara cada segundo. Não existia o amanhã, pois porque razão gastar energia numa coisa que pode não acontecer? E não se demorava no ontem, porque ontem já passar e já não existia.
O Presente é a unica realidade e para obter a felicidade duradoura é preciso aprender a viver o aqui e agora e não nos preocuparmos ou perdermos tempo com outras coisas..."
Muito e muito obrigada querida Bé por insistires para que eu lesse este livrito.
E é claro, obrigada pela partilha! :)