Quanto tempo esperaria por amor? Seria capaz de dar a vida pela memória de um beijo?
1917. Moritz Daniecki consegue sobreviver à Revolução Russa. Decidido a voltar para a sua amada Lotte, foge da prisão da Sibéria e inicia uma longa e rigorosa viagem pela Ásia e Europa. O que Moritz teme é que Lotte já não esteja à sua espera.
1992. Leo Dakin acorda numa cama de hospital algures no Equador. A sua namorada está morta e ele não se lembra do que pode ter acontecido. Culpando-se pela morte, entra numa espiral de loucura e desespero. Mas o que Leo não sabe é que, muito em breve, fará uma descoberta que mudará a sua vida para sempre.
Nesta estonteante estreia, Danny Schneimann pinta um retrato dramático de dois homens que se agarram à vida pela memória do amor. Dois homens cuja ligação misteriosa é revelada num espectacular desenlace a que não ficará certamente indiferente.
Editora: Porto Editora
Nº. de Páginas: 352
A minha opinião:
De uma forma não muito original, o autor conta-nos duas histórias em paralelo. Alternando o passado com o presente, vai-nos relatando duas experiências de amor e separação.
Tenho de confessar que relativamente à história do passado (a de Daniecki e Lotte), houve momentos em que tive de suspender a leitura, pois não aguentava continuar. Alguns relatos de situações em território russo e em tempos de guerra são demasiado chocantes e um pouco gráficas demais para mim.
O tipo de escrita do autor não me cativou por aí além, mas gostei da forma como apresenta o seu livro, quase como um estudo sobre o tema AMOR.
Gostei particularmente desta passagem:
(...) É uma experiência lindíssima de um francês chamado Alain Aspect. (...) Quando duas partículas colidem ou se beijam, assim, e depois se separam em direções contrárias, acontece qualquer coisa de extraordinário. Podia supor-se que, tendo colidido, aquelas partículas se afastassem para viver vidas separadas. (...) Mas não! Aspect provou que, embora estas partículas estejam separadas no espaço, comportam-se como se ainda estivessem ligadas por magia. E ele fez isso girando uma das partículas e notando que a outra partícula iria girar instantaneamente na direcção contrária. E quando digo instantaneamente quero dizer literalmente no mesmo instante. Não há um milionésimo de segundo de demora. Estão em total harmonia.
(...) - Bom, desde o Big Bang que há partículas colidindo umas com as outras e formando ligações secretas. Há em mim partículas que estão acopladas com partículas do Sol. Há partículas em ti, que em tempos, dançaram com partículas em Eleni. E o que Aspect provou foi que, embora essas partículas estejam a milhões de anos-luz, ainda estão a dançar juntas. São como amantes, como tu e Eleni. Estão separadas pela morte e, apesar de tudo, permanecem visivelmente ligadas.
- Como se chama essa experiência?
- Paixão à distância. É a melhor explicação que o amor que a Física pode oferecer. (...)