Muito do que se passa neste livro anda exactamente à volta das emissões radiofónicas de Frankie Bard, uma jornalista americana em serviço em Londres aquando do início da II Guerra Mundial. Ou sobre as emissões em si, ou sobre a forma como essas emissões “tocavam” quem as ouvia. Emma e Will, americanos a viver em Franklin, Massachussets, foram um exemplo dessas pessoas. E por incrível que pareça, as suas vidas acabam por se entrelaçar.
Desta forma, saltitamos entre uma América adormecida, ignorante, inconsciente, e uma Europa perante o início de um holocausto, já demasiado evidente para ser ignorado.
A história de base é simples, e o papel desempenhado pela “Senhora dos Correios” (o título original do livro é “The Postmistress”) vai revelar-se fundamental.
Gostei muito deste livro, mas talvez por não ser uma história fácil de ler, senti que lhe faltava um pouco de organização, que me fez perder o entusiasmo pontualmente.
De qualquer das formas, é um livro que não vou facilmente esquecer.
Sinopse:
Alternando entre uma América ainda resguardada no casulo da sua incapacidade em compreender o perigo próximo e uma Europa a ser dilacerada pela guerra, "A Carta" traz-nos duas mulheres que se descobrem incapazes de entregar corres-pondência, e uma terceira mulher desespera- da por uma carta, mas com medo de a receber. "A Carta" de Sarah Blake, mostra como podemos suportar o facto de a guerra prosseguir à nossa volta enquanto a vida do dia-a-dia continua.
Um romance extraordinário cheio de paralelismos surpreendentes com os dias de hoje.