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De vez em quando surge um livro que mexe um pouco mais comigo, que me emociona ao mesmo tempo que me faz sorrir, que me desafia, que me faz reflectir ou que me faz pensar em como a vida que conhecemos é algo que tomamos levianamente por garantida. Este livro conseguiu tudo isso.
Não foi uma leitura fácil apesar de nos ser contada pela perspectiva de uma criança de 5 anos. Bem, talvez por isso mesmo, não tenha sido fácil. Jack viveu desde sempre com a sua mamã num quarto com 11m2 e toda a história é-nos contada por esta vozinha tão inocente quanto inteligente.
É impossível não nos lembrarmos das notícias que há pouco tempo encheram os telejornais sobre Natascha Kampusch ou sobre a filha do monstro de Amstetten, Josef Fritzl. Jovens raparigas que foram mantidas em cativeiro durante anos, privadas da sua liberdade e forçadas a viver em função das vontades dos seus carrascos. Mas neste caso, por estarmos a conhecer os acontecimentos através do ponto de vista de Jack, as coisas tornam-se ligeiramente menos chocantes, embora à medida que as interiorizamos se tornem mais difíceis de digerir.
Foi um trabalho impressionante o desta autora. Adoro a forma como ela conseguiu captar a capacidade de ser mãe ao seu nível mais básico e elementar. É absolutamente deliciosa a relação entre mãe e filho, intensa e poderosa, como qualquer mãe certamente o entenderá. E Jack? Jack é a essência de qualquer criança, exposta à sua máxima potência, um poço de sabedoria inata e infantil que nos deslumbra a cada parágrafo.
É um livro fantástico e impressionante. Uma narrativa que me vai acompanhar durante muito tempo. Uma história que por incrível que pareça também consegue transmitir esperança e nos faz olhar para tudo de um modo diferente.
Uma coisa é certa. Esta noite vou abraçar o meu filhote com um pouco de mais força e talvez durante mais alguns minutos que o habitual.
Para mais informações sobre este livro pode consultar aqui ou visitar o site da Porto Editora.