A mesmíssima coisa que me atraiu para este livro – a
promessa da luta entre duas mães sobre os seus filhos, os mesmos filhos! – foi
também o que me fez recear lê-lo. É que por vezes este tipo de histórias, por
mais belas que sejam, acabam por roçar a lamechice, deixando-nos de nariz a
pingar e coração partido. E não me apetecia nada disso. No entanto, algo me fez
suspeitar que Seré Prince Halverson se movia numa outra direção. E não me
enganei. :)
Este é um livro realmente maravilhoso. Um relato comovente
sobre as alegrias e tristezas de uma família, sobre o amor, sobre o luto, sobre
a amizade, sobre os segredos de família, sobre a dor, enfim, sobre a vida…
Embora esta seja uma história relativa à disputa de duas mães
(uma biológica, outra de coração) sobre a custódia de duas crianças, a autora
conseguiu incorporar outros temas, também eles importantes: a depressão pós-parto,
a infertilidade, a mecânica das chamadas famílias “modernas”, e também algo sobre
o qual eu já tinha lido (ver aqui) – os campos de concentração nos EUA durante a Segunda
Guerra Mundial, que levaram ao encarceramento de milhares de cidadãos
norte-americanos descendentes de japoneses, de italianos e de alemães, e no fundo, como esse acontecimento moldou toda uma
geração.
Escrito de uma forma direta e sucinta, ao mesmo tempo que
com ternura, é um livro que mexe com as nossas emoções, que agita o nosso coração,
e nos faz pensar naqueles que mais amamos na vida.
É mesmo daqueles livros que não podem deixar escapar! E uma
excelente prenda para o dia da mãe. ;)