Opinião: "O Quanto Amamos" de W. Bruce Cameron

Quando eu era miúda havia uma história que se contava sobre um cão. Hoje reconheço que se tratava provavelmente de um daqueles mitos urbanos, em que uma história com um fundo real há muito se diluiu na imaginação de quem a conta, mas era uma história que eu adorava e pedia para a minha mãe ma contar vezes sem conta…
Um senhor já com uma certa idade ensinou o seu cão a ir às compras sozinho. Ía à mercearia e ao talho levando um cesto com a lista e o dinheiro. Os comerciantes até achavam piada à situação pelo que não só aviavam a lista e a colocava dentro do cesto junto com o troco, como até davam uma guloseima ao simpático canídeo. Acontece que a determinada altura o cão começou a demorar-se um pouco mais nas suas viagens e as compras do talho não vinham completas. O dono estanhou pois confiava no cão e no homem do talho. Decidiu então seguir o seu amigo no dia seguinte. Sem o deixar aperceber-se, seguindo-o com uma grande distância, viu-o ir à mercearia e ao talho, iniciando depois o seu regresso a casa. No entanto, ao invés de vir pelo caminho habitual, o cão virou numa rua. O dono estranhou pelo que se dirigiu à boca dessa rua mas não viu o cão em lado nenhum. Decidiu então voltar a tentar no dia seguinte. Assim que o cão saiu de casa para os habituais recados, o dono dirigiu-se de imediato para a dita rua e escondeu-se num vão de escada. Passado algum tempo lá passou o seu de cesto na boca. Viu-o então dirigir-se a um prédio devoluto e entrar por um buraco na porta. O dono saiu do esconderijo e foi espreitar a uma janela. O quadro que lhe surgiu diante dos olhos era inacreditável. O cão retirava com cuidado um dos sacos do talho e entregava-o a uma cadelinha esfomeada. A um dos cantos um monte de jornais remexia-se… era uma ninhada de cachorros, aflitos a choramingar com a súbita ausência da mãe.
A história terminava deixando a conclusão à mercê de quem a ouvia.

Conseguem então imaginar o que senti ao ler este livro?
A história nada tem a ver com esta, é óbvio, mas o espírito é o mesmo… o amor pelos nossos amigos de quatro patas e a maravilha que é o seu amor por nós.
Deliciei-me a ler estas páginas. Passei o tempo todo aos “ohhh que fofinhos…” e de lagrimeta no olho, pois na realidade este autor tem uma capacidade incrível nos levar para a cena num abrir e fechar de olhos.
Já o tinha constatado em Teu Para Sempre, outra maravilhosa história de amor canino, e sei que W. Bruce Cameron é um autor cujas publicações vou querer sempre ler.
Não percam a oportunidade de se perderem de amores por uma ninhada de cachorros e ver como alguém que nunca teve um cão, se desenrasca como “pai à força”, ao mesmo tempo que resolve a sua própria vida.

ADOREI!!

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