"O Filho Pródigo" de Colleen McCullough (opinião)

Há alguns anos li “Um Passo à Frente” de Colleen McCullough, o seu primeiro policial. Escusado será dizer que adorei, como todos os outros livros que li dela. Mas lembro-me que não foi uma leitura fácil, tal como este agora não o é. Mas a autora é fenomenal. Mesmo com os cenários mais complicados, naquele caso em relação a um laboratório de investigação médica, ela consegue transpor a barreira de uma eventual dificuldade linguística (muitos termos médicos complicados) e escreveu um policial fabuloso. Tal e qual como neste que agora terminei!

Uma das características dos seus livros, quer sejam policiais ou não, é que Colleen McCullough aborda sempre questões sociais importantes, normalmente relacionadas com o papel das mulheres na sociedade. Este livro não escapou à regra. Aqui, ela põe o dedo na ferida e esmiúça a sociedade típica dos anos 60, e o que era esperado ou não de uma mulher, sendo provável que ela própria tenha passado por algumas situações menos boas, uma vez que encetou, exatamente nos anos 60, e no Connecticut, uma carreira na pesquisa neurológica.
A par e passo com essa discriminação, a autora aborda ainda neste livro os preconceitos existentes naquela época (e quiçá ainda hoje em dia) sobre os casamentos inter-raciais – a história roda à volta de um casal de biocientistas, ele negro e ela caucasiana.
Mas o enredo complica-se na medida em que o local onde começam a acontecer homicídios, é uma pequena e pacata vila no Connecticut, que cresceu à volta de uma universidade, e onde toda a gente sabe a vida uns dos outros.

Com um rol de potenciais testemunhas e suspeitos para interrogar, o detetive encarregue do caso é novamente Carmine Delmonico, que iniciou esta saga em “Um Passo à Frente”. É um detetive à moda antiga que prima pela dedução lógica e por confiar nos instintos, seus e de alguns colegas. A sua equipa é deveras fascinante, começando por Delia, uma britânica com um sentido de moda algo excêntrico, que consegue chegar a determinados locais onde os homens não conseguem, até à sua esposa, Desdemona Delmonico, que o brinda com uma boa dose de sabedoria e humor ao jantar. Desdemona é uma das minhas personagens favoritas!

Gostei muito da leitura deste 4º policial de Colleen McCullough, que apesar de pertencer a uma saga, aguenta-se bem sozinho, não sendo necessário ler os anteriores para o complementar. Adorei a voltas e reviravoltas no enredo, que nos leva a suspeitar primeiro deste, depois daquele e mais tarde de um outro.

Espero que a Bertrand aposte na publicação do último desta saga, pois ler Colleen McCullough nunca me cansa. J
Em www.bertrand.pt

O clube de leitura do meu coração.

 

ASA

Quinta Essência

Porto Editora

Bertrand

Lua de Papel

Marcador

Cultura Editora

Oficina do Livro

Editorial Presença

Jacarandá

D. Quixote

Saída de Emergência

Clube do Autor

Livros d'Hoje

Casa das Letras

Suma de Letras

Vogais

Círculo de Leitores

Esfera dos Livros

TopSeller

Objetiva

Visualizações de página na última semana

Copyright 2005-2019 Blogger Template Ipietoon (Adaptado por Fernanda Carvalho - a escrever sobre livros desde 2005)