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OPINIÃO: "Tundavala" de Paula Lobato de Faria

Tundavala é um nome estranho, pelo que fui procurar o que significava. Tundavala, ou melhor dizendo, a Fenda de Tundavala é um enorme abismo de cerca de 1200 m situado na Serra da Leba, a 18 km do Lubango, na província da Huíla, em Angola.

Utilizar esta palavra como título do seu segundo livro, foi um ato bem estudado da autora, Paula Lobato de Faria. É o abismo que encontramos em cada uma das personagens. A eminência de uma queda vertiginosa, por diferentes razões, à distância de um passo, e cabe a cada uma delas decidir se recuam ou se dão esse passo em frente.

A par e passo com o tumulto interior das personagens, está igualmente tumultuoso um regime que se prolonga há demasiado tempo em Portugal. A guerra colonial afeta tudo e todos, e apesar de no continente chegarem poucas notícias, sente-se uma mudança no vento, que começa a soprar contra Salazar. Ainda se sente a força da censura e dos seus tentáculos, mas mesmo os portugueses que se encontram no exílio começam a mexer-se e a sonhar com um regresso.

As personagens principais deste livro são as mesmas que conhecemos no primeiro livro da autora, Imaculada, e é muito interessante ver como evoluíram, como cresceram. Principalmente as mulheres, pois são filhas do regime, e do regime começam a tentar libertar-se. 

Mas, apesar de reconhecer a qualidade da escrita e a capacidade de organização da autora no que diz respeito aos factos históricos, sinto que falta algo. Talvez o próprio tema em si não me tenha cativado por aí além, ou talvez a altura em que o li não tenha sido a melhor... não sei. O que sei é que vou querer continuar a ler Paula Lobato de Faria. Acredito que o ingrediente mágico acabará por se revelar.

É, no entanto, um livro que recomendo. Sem dúvida. Haverá imensa gente a identificar-se com as personagens principais, e com o tema de fundo. 

Em destaque: "Tundavala" de Paula Lobato de Faria

O novo livro da autora do muito elogiado romance Imaculada. Memórias de um tempo de guerra e segredos pela nova voz da literatura portuguesa. 

Sinopse:
O destino separa as duas primas, Cristiana e Lourença, próximas desde crianças. Estamos em 1966, e a primeira é dona de casa e mãe de três filhos em Lisboa, enquanto a segunda segue a carreira de enfermeira-páraquedista na guerra em Angola. O quotidiano das suas vidas desenrola-se em cenários opostos, tal como acontecia entre a Metrópole e as Colónias durante a guerra do Ultramar.

Portugal encontra-se na agonia do salazarismo; o país vive a censura e a repressão da PIDE, abafando escândalos sexuais, massacres e atentados aos direitos humanos nos territórios em guerra. As únicas notícias credíveis chegam através da imprensa estrangeira.

Enquanto os acontecimentos políticos fervilham no final do regime, as vidas de Cristiana e de Lourença sofrem o embate de encontros e reencontros inesperados que as podem transformar para sempre. 

Miguel, o marido de Cristiana, não é quem ela pensava e a descoberta de uma carta antiga fá-la perceber como ele manipulou o seu futuro com Nils, o seu grande amor. Por seu turno, Lourença, refugiada em África há anos, teme não conseguir libertar-se da paixão pelo primo João, casado e a viver em Lisboa. 

As histórias das personagens deste romance enlaçam-se com a própria História. A autora cria uma narrativa complexa, cativante, com um ritmo que imita o da própria vida.

Sobre a autora:
Paula Lobato de Faria é mãe de dois filhos e vive em Lisboa. É licenciada e doutorada em Direito, exercendo a profissão de professora universitária na Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa. Tem várias publicações internacionais nas áreas do direito da saúde, bioética e direitos humanos. Estudou e viveu em França, Itália e nos Estados Unidos, mas é Portugal o país que mais a apaixona. Desde criança que é uma leitora voraz e sempre quis ser escritora. Imaculada é o seu primeiro romance, dedicado à mãe, Teresa, cuja história a inspirou.

A autora deseja que o seu romance possa recompensar, com o prazer da leitura, aqueles que sofrem, porque estão doentes, sós, ou perderam alguém que amam. Os livros já lhe salvaram várias vezes a vida.

Em destaque: "Tundavala" de Paula Lobato de Faria

Inspirado em acontecimentos reais, a memória de um tempo de guerra e segredos e a luta pela liberdade nos anos da ditadura.

Sinopse:
Depois de uma muito elogiada estreia literária com Imaculada, Paula Lobato de Faria regressa às livrarias nacionais com uma narrativa ainda mais ousada. Tundavala decorre nos últimos anos da ditadura e viaja entre Angola, Lisboa e Londres.

Aí encontramos as personagens centrais deste livro, quase todas em lutas interiores contra um passado de mentiras, segredos e submissão. Cristiana e Lourença, próximas desde crianças, estão hoje separadas pelo destino, uma em Lisboa, outra na guerra em Angola.

Portugal encontra se na agonia do salazarismo; o país vive a censura e a repressão da PIDE, abafando escândalos sexuais, massacres e atentados aos direitos humanos nos territórios em guerra. E é neste fervilhar de acontecimentos políticos e sociais que as vidas de Cristiana e de Lourença sofrem inesperados encontros e reencontros capazes de transformar as suas vidas para sempre.


Sobre a autora:
Paula Lobato Faria é professora universitária da ENSPUNL. Tem várias publicações internacionais em direito de saúde, bioética e direitos humanos.

"Imaculada" de Paula Lobato de Faria (opinião)


Quis ler este livro por duas razões e mais uma. ;)
Primeiro, porque é uma autora portuguesa e gosto de ler autores portugueses sempre que possível. Neste caso, como o tema me atraía (eis a segunda razão), não hesitei. A razão extra prende-se com o nome da autora... Sempre gostei muito das obras da senhora sua prima, Rosa Lobato de Faria, e embora, obviamente, não estivesse à espera que a escrita de uma fosse semelhante à da outra, congratulei-me por descobrir que Paula Lobato de Faria é também uma boa contadora de histórias.

A ação desenrola-se numa vila no interior do nosso país durante a época de Salazar, e é no seio de uma família conservadora e fiel ao lema "Pátria, Deus e Família" que encontramos Cristiana, uma jovem em idade casadoira, qual flor em cativeiro, completamente atrofiada pela sua mãe, senhora de rígidos costumes.

Gostei de conhecer Cristiana e condoí-me um pouco da sua situação, mas sou sincera, houve ali qualquer coisa que não me pareceu certo. Em determinada altura é permitido à jovem ir passar uns dias de férias com uma amiga na Costa do Estoril. Assim? Sem mais nem menos? Sem supervisão materna? Achei estranho. E a suposta ingenuidade de Cristiana também me soou um pouco a exagerada. Afinal a rapariga lia revistas às escondidas da mãe, tinha amigas, uma delas bem vivaça, e primas (!), tinha sonhos, esperanças, sede de liberdade... e depois, deixa-se ficar? Resume-se à sua insignificante existência imposta pela mãe e acede casar com quem já sabe não amar? Perdoem-me, amigos, se vos revelo demasiado. Só que isto deixou-me mesmo revoltada! Será que a autora resolve esta questão na sequela. ;) Será?

Todos os lugares estão belissimamente retratados, a decoração das casa, o guarda roupa, os penteados, tudo enriqueça a narrativa e nos envolve ainda mais na história. Gostei muito, Paula Lobato de Faria. Sei o quão difícil é mantermo-nos fiel a uma época em todos os pormenores!

Resumindo, apesar daquelas dúvidas que espero ver resolvidas na continuação, gostei imenso de ler este livro. Reflecte bem como era a vida num típico lar burguês naquela época, e a quão pouco poder, tinham as jovens portuguesas, sobre as suas vidas, sendo completamente submissas à vontade dos pais. Recomendo! É uma excelente sugestão para prenda de Natal.

P.S. Adoro a capa. E o título, que afinal não é o nome de nenhuma personagem, mas da própria casa da família. 
5 estrelas, Clube do Autor!

Em destaque: "Imaculada - Retrato de uma Família Portuguesa" de Paula Lobato de Faria


Esta é uma história inspirada em acontecimentos reais em que a dualidade de ser e de parecer, da lealdade e da traição, do amor e da obrigação nos leva a caminhos imprevisíveis.

Portugal, 1956
Tempo da ditadura de Salazar, da censura e da PIDE. Numa família da alta burguesia, no interior do país, o lema "Deus, Pátria e Família" é sagrado. Mas a vida estremece quando na casa dos Correia bate à porta o amor e o desejo de liberdade.


«Apenas um por cento é baseado em memórias e todo o resto na imaginação, mas muitos leitores vão aqui identificar pessoas que conheceram durante a vida, pois os personagens desta trama são gente comum, de carne e osso», avança a autora nas primeiras páginas do romance.


Sobre a autora:
Paula Lobato Faria é professora universitária da ENSPUNL. Tem várias publicações internacionais em direito de saúde, bioética e direitos humanos.
Em www.bertrand.pt

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