Acabada de sair da universidade, mas apaixonada pela fotografia, Deborah Copaken Kogan mudou-se para Paris, em 1988, onde foi bater à porta das agências, a pedir que lhe arranjassem trabalho como repórter fotográfica. Pouco tempo depois, partia, num camião, em direcção ao Afeganistão. Era a única mulher - e a única jornalista também - a integrar um grupo de mujaedines, os então rebeldes e auto-intitulados "guerreiros da liberdade". Viajou acompanhada de um jovem francês, bonito, mas perigosamente imprevisível.
A mistura da vida sentimental com o trabalho de fotojornalismo pontua o ritmo dos diferentes capítulos da viagem, que, além de ocorrerem em locais diferenciados e distantes, são "marcados" por homens diferentes.
Do Zimbabué à Roménia, da Rússia ao Haiti, Kogan conduz os seus leitores através de uma viagem que, alargada por uma década, é dominada por guerras, revoluções e sofrimento (a profissão de repórter a isso a obriga), onde as balas, as emboscadas e as minas se misturam com questões do foro pessoal, que vão do sexismo aos medos, à dor ou à "justificação" da própria guerra. Todos estes factos não impedem, no entanto, que, com inesperada frequência, se verifiquem situações hilariantes.
A minha opinião:
Não sou grande fã de autobiografias, no entanto, e como o tema tb me cativou, embarquei nesta leitura. E devo dizer, não me arrependo. Muito pelo contrário!
Gostei imenso de “conhecer” Deborah e ficar a saber do seu percurso como jovem profissional e como mulher.
Devo dizer que este relato é um pouco como as fotografias que qualquer bom fotojornalista tira: rude e crú. Houve partes que não consegui ler. Era demasiado forte. Mas a realidade É por vezes demasiado forte.
Gostei especialmente do último capítulo, onde ela reúne as suas conclusões de vida.
Deborah é, sem dúvida, uma mulher muito especial e sinto-me honrada por ter podido ler a história da sua vida.
(Obrigada Lilalopes por este empréstimo!)