Este excerto do livro é sem dúvida a explicação subliminar do autor para a estranha história que se vai desenrolar. E verdade seja dita, assim que o terminei, fui imediatamente em buscar deste excerto para o reler.
Mas não foi um livro que me enchesse as medidas. Bem pelo contrário. O prometido thriller psicológico da sinopse ficou muito aquém do que eu esperava, para além deste mau estar que me deixou à flor da pele.
Há no entanto um valor indiscutível na escrita deste autor, pois por muito que a história não me estivesse a agradar não consegui parar de ler. Acaba por ser desoncertante... é a palavra que me vem à mente para o classificar.
Realço particularmente esta conclusão, nos faz pensar um pouco sobre a humanidade:
«… Somos todos capazes de uma crueldade surpreendente. (…) o facto é que é fácil mantermo-nos à distância e condenar crimes de guerra, crimes contra a humanidade, assaltos violentos e infidelidades; no entanto até nós mesmos termos estado em circunstâncias semelhantes, é impossível sabermos se reagiríamos de uma maneira diferente.»
Sinopse:
John Wraith, de 46 anos, recupera a consciência depois de um grave acidente; só então toma conhecimento de que a sua mulher e a sua filha de 5 anos morreram tragicamente no carro que ele mesmo conduzia. Por sugestão da irmã irá recuperar na casa de férias, em Nature?s Valley, um local remoto da costa sul-africana. É Inverno e a terra está quase deserta. Porém, conhece aí uma perturbada jovem de 17 anos, o seu pai e o seu irmão, e deixa-se atrair irremediavelmente por esta família disfuncional. Uma análise intensa sobre a perda e a obsessão que fazem deste livro um notável "thriller" psicológico.