"A Trança de Inês" de Rosa Lobato Faria


Todos conhecemos a lenda de um amor que se fez história. Um amor trágico que transformou um rei e seduziu todo um povo. Pedro e Inês.

É esta mesma paixão sem limites que nos conduz pelo romance fora. É ela o fio condutor de três histórias, que se resumem a uma só, pois só a um Pedro e uma Inês dizem respeito.
Confusos?
E se vos disser que a primeira história nos conta da vida de um Pedro contemporâneo que se apaixona por uma Inês, que por infortúnio do destino pertence a uma família rival. Logo desde aí se adivinha o fado dos apaixonados.
Mais tarde então, Pedro, na sua loucura vai vogando à deriva entre o presente, o passado e o futuro, onde sempre a mesma paixão e o mesmo destino o esperam. Acompanhamos então esses saltos de um Pedro alucinado entre o século XIV, o séc. XX e o séc. XXII, e vamos conhecendo a história fantástica desses outros Pedro e Inês, que apesar da nossa esperança nunca conseguem fugir ao seu destino.

É um romance fantástico cheio de preciosidades e pedaços de escrita que nos leva a reler uma e outra vez o mesmo parágrafo.
Que perda foi para a literatura portuguesa a partida desta Senhora.

 «Ah, Inês! Como não passou nada? Passou tudo, Inês tudo o que pelos séculos além o amor inventou, as suas artes e subterfúgios, as sua agonias e misérias, os embustes esfarrapados com que presume esconder-se do mundo, a palpitação do desejo que faz tremer o chão, crescer o trigo, eclodir as rosas, convocar as tempestades. E, por fim, desdobra a mais perversa de todas as armadilhas, a que nos faz, na hora alucinada da paixão, corpo contra corpo, boca contra boca, alma contra alma, desejar e bendizer a morte.
Morrer por este amor. Morrer contigo.»

Sinopse:
Baseado no mito de Pedro e Inês (mais na lenda do que na História), um romance sobre a intemporalidade da paixão, onde se abordam também alguns mistérios da existência. Assim as mulheres passam umas às outras a sua teia ancestral de seduções, subentendidos, receitas que hão-de prender os homens pela gula, a luxúria, a preguiça e todos os pecados capitais, é por isso que elas nunca querem os santos, os que não se deixam tentar, os que resistem à mesa, à indolência, à cama, à feitiçaria dos temperos, ao sortilégio das carícias, à bruxaria das intrigas.
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