"A Caixa da Borboleta" de Santa Montefiore

«A vida (...) tem muitos capítulos e no entanto é só um livro. Há um fio condutor que liga todos os capítulos.
- E qual é, pai? . quis saber Ramon, suspirando.
- O amor.»
É o amor que muitas vezes nos leva a fazer disparates, mas é também a falta dele que às vezes nos desorienta a vida.
Por vezes somos como uma andorinha que se esqueceu do caminho de regresso a casa ou como uma criança perdida no meio de uma multidão que busca ansiosamente o rosto de um dos seus pais.
Quando isso nos acontece, o mais que desejamos, o que mais queremos é que alguém nos dê a mão e nos diga que está tudo bem.
Mas nem sempre isso acontece.
Por vezes temos de penar um pouco, sofrer um pouco, andar descalços sobre as rochas, passar frio na alma, para então sim, dar valor às coisas importantes e sorrirmos com as bençãos que povoam nossas vidas.

Este livro é um relato interessante e colorido de uma família que sofreu dessa falta de amor e cujos membros se perderam durante o percurso de uma vida um pouco atribulada. São várias histórias de amor, de diversos tipos de amor, todas lindíssimas e igualmente tocantes, que me fez suspirar, sorrir, chorar, recordar e até lamentar um pouco... (o amor de um pai é algo de que uma criança precisa mais do que tudo).
Com cenários extraordinários (espalhados entre o Chile e a Cornualha em Inglaterra), mais uma vez esta autora conquista o meu coração.

Sinopse:
A mágica caixa de uma antiga princesa inca. Escritor e fotógrafo, o pai de Frederica traz de uma das suas muitas viagens pelo mundo um presente especial. A filha adora-o, e quando os pais se separam aquela será a única recordação do pai. A menina torna-se mulher, mas será sempre ao passado que irá buscar as suas melhores memórias. É contudo quando se apaixona pela primeira vez e sente a força do amor, mas também a dor da perda, que entende o significado daquela mágica caixa com o desenho de uma borboleta. Um intenso e delicado romance a levar-nos do Chile à Cornualha. Um dos mais aplaudidos romances de Santa Montefiore.
Ramon precisa de viajar pelo mundo. Quando conheceu a mulher, Helena, ela sabia da sua paixão e seguia-o nas suas aventuras. Com o nascimento dos filhos tudo se altera. Helena fica no Chile enquanto o marido continua as suas explorações pelo mundo. A quem não parece incomodar a ausência do pai é a Frederica, a sua filha. Aguarda-o a cada viagem com igual entusiasmado, ansiosa por ouvir as suas histórias e descobertas. No regresso de mais uma das suas incursões pelo Peru, Ramon oferece à filha uma caixa com pedras incrustadas em forma de borboleta. Aquela caixa, assim conta à filha, teria pertencido a uma princesa inca... Frederica fica encantada com o presente. A distância cresceu contudo entre os pais e Helena decide regressar com os filhos à Cornualha, na Inglaterra. Frederica não se conforma. Muito ligada ao pai guarda a caixa da borboleta que ele lhe ofereceu como um dos seus mais queridos objectos. Em Inglaterra tem de se adaptar a uma nova vida, mas, já só mulher, descobre o verdadeiro segredo daquele presente. Descobrindo o amor e a perda, a jovem Frederica embarca numa viagem de auto descoberta. Ou se afunda na tristeza, ou se ergue mulher, inteira, mais forte do que nunca.
História de amor, perda e transformação vivida entre a paisagem chilena as zonas rurais de Inglaterra. Depois d’ «A Árvore dos Segredos», este romance confirma Santa Montefiore como uma das mais apaixonantes romancistas da actualidade.
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