Há certos livros que temos de ler (leia-se “devemos”), quer por serem uma referência na literatura, quer por outros motivos. Este, encontrava-se na minha pilha TBR (To Be Read) há já alguns meses, mas até agora não me tinha sentido inclinada para ele. Normalmente diz-se que "quando a esmola é muita, o pobre desconfia", e eu não entendia muito bem o alarido à volta deste livro. Foi o facto de aparecer referenciado num outro livro – Daphne – que me obrigou a pegar-lhe de forma a entender melhor as referências aos irmãos Brontë.
E eis que me vejo completamente embrenhada numa leitura no mínimo perturbante. As personagens criadas por Emily Brontë são fascinantes e o enredo é deveras inquietante. O notório domínio da autora sobre as características da natureza humana, principalmente o seu lado negro, torna as descrições sobre as emoções das suas personagens em algo magnífico e é obviamente essa uma das grandes razões por este livro se ter afirmado como um dos grandes clássicos da literatura romântica do séc. XIX.
É sem dúvida um livro muito interessante, poderoso e inquietante, que com toda a certeza uma segunda leitura daqui a uns tempos o vai tornar em intemporal para mim.
Sinopse:
O Monte dos Vendavais é uma das grandes obras-primas da literatura inglesa. Único romance escrito por Emily Brontë, é a narrativa poderosa e tragicamente bela da paixão de Heathcliff e Catherine Earnshaw, de um amor tempestuoso e quase demoníaco que acabará por afectar as vidas de todos aqueles que os rodeiam como uma maldição. Adoptado em criança pelo patriarca da família Earnshaw, o senhor do Monte dos Vendavais, Heathcliff é ostracizado por Hindley, o filho legítimo, e levado a acreditar que Catherine, a irmã dele, não corresponde à intensidade dos seus sentimentos. Abandona assim o Monte dos Vendavais para regressar anos mais tarde disposto a levar a cabo a mais tenebrosa vingança. Magistral na construção da trama narrativa, na singularidade e força das personagens, na grandeza poética da sua visão, nodoso e agreste como a raiz da urze que cobre as charnecas de Yorkshire, O Monte dos Vendavais reveste-se da intemporalidade inerente à grande literatura.