Esta foi sem dúvida a primeira razão que me levou a querer ler este livro. A segunda encontrei-a logo nas primeiras linhas...
«Quem não os conhecesse e os visse passearem de braço dado pela imundície das ruas dos bares do Cais do Sodré poderia pensar, mesmo sem vislumbrar ares efeminados, que aquele par de velhos janotas andava amantizado. E talvez tivesse alguma razão, pois Adamantino Teopisto e César Precatado, em boa verdade, dedicavam-se a cultivar os mesmos amores. Quando passavam pela grande praça ao largo da estação de comboios, os dois amigos tinham o hábito de saudar a estátua do Duque da Ribeira.»
Uma verdadeira delícia de escrita, não concordam?
É assim todo o livro. Com trejeitos repenicados e um humor bastante rebuscado, a narrativa prossegue mantendo o leitor preso pelo fio condutor que é a amizade entre os dois principais protagonistas.
Uma leitura fascinante que não só nos entretém como nos vai ensinando um pouco mais sobre como o povo português reagiu às mudanças do pós-revolução.
Denotando-se um excelente trabalho de pesquisa, como se esperaria de um jornalista, este livro encheu-me as medidas e espero reencontrar Paulo M. Morais numa nova publicação muito em breve!
Recomendo.
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