Uma criança perdida: em 1913 uma criança é encontrada só, num barco que se dirigia à Austrália. Uma mulher misteriosa prometera tomar conta dela, mas desapareceu sem deixar rasto.
Um terrível segredo: no seu 21.º aniversário, Nell Andrews descobre algo que mudará a sua vida para sempre. Décadas depois, embarca em busca da verdade, numa demanda que a conduz até à costa da Cornualha e à bela e misteriosa Mansão Blackhurst.
Uma herança misteriosa: aquando do falecimento de Nell, a neta, Cassandra, depara-se com uma herança surpreendente. A Casa da Falésia e o seu jardim abandonado são famosos nas redondezas pelos segredos que ocultam - segredos sobre a família Mountrachet e a sua governanta, Eliza Makepeace, uma escritora de obscuros contos de fadas. É aqui que Cassandra irá por fim desvelar a verdade sobre a família e resolver o mistério de uma pequena criança perdida.
A minha opinião:
Um jardim com um século de existência e um oceano de separação entre a verdade e o mistério. Eis os ingredientes certos para uma história absolutamente fabulosa!
Li o primeiro livro da autora, “O Segredo da Casa de Riverton” e achei-o fantástico. Quando soube que “O Jardim dos Segredos” ía ser publicado em Portugal, senti as minhas papilas gustativas literárias (lol) a saltitarem de desejo. A leitura da sinopse aguçou-me ainda mais a curiosidade, mas nada me fazia esperar o quão incrível iria ser esta leitura.
Ainda há pouco tempo aqui falei sobre as sensações / reacções que um livro nos pode provocar. Pois a leitura deste livro provocou-me um estado de espírito de verdadeira expectativa, de antecipação, de borboletas na barriga causadas pela curiosidade, pela obsessão em deslindar o mistério. É fantástico quando um livro nos atinge assim!
Com um século de diferença, Nell e Cassandra, avó e neta, tentam descobrir o mistério que envolve a vida de Nell até aos quatro anos. Quem foram os seus pais, os seus avós, a sua família? Como chegou à Austrália sozinha num barco? E principalmente… porquê?
Como se um complicado puzzle nos fosse colocado à frente, somos convidados a participar nessa busca pela verdade e rapidamente nos sentimos envolvidos pela história. Achei particularmente fascinante a forma como a autora saltita no tempo, de 1900 para 1975 para 2005, sem que nos faça perder o rumo. São poucos os autores que se podem gabar de o conseguir fazer.
Também são deliciosos os contos que nos são apresentados como obra de Eliza Makepeace. Fizeram-me lembrar as histórias de princesas, fadas e rainhas más que a minha mãe me contava quando era pequena. No entanto, são muito mais que apenas uns obscuros contos de fadas e quem sabe, encerram toda a verdade. Leiam com atenção e saboreiem cada pormenor deste “Jardim dos Segredos”. Quem sabe o que poderá estar escondido por trás de uma pétala de rosa?