Foi uma aventura incrível, esta a que se submeteram 6 jovens mar adentro e sem olhar para trás. Em busca de uma nova vida, de um novo rumo, em busca de uma liberdade que se lhes esvaía do corpo em cada minuto mais, passado naquelas terras de além-mar.
Mas o sabor nostálgico também se sente nas entrelinhas. As saudades daquela terra e daquele ritmo de vida é inevitável para quem um dia aquele sol aqueceu a pele.
Foi interessante conhecer um pouco da Luanda que sobrou depois da saída da grande maioria dos portugueses e da instalação definitiva da guerra civil. Os que restaram acabaram por ver a degradação instalar-se e talvez lhes tenha sido um pouco mais fácil a partida. Mas nunca sem as saudades dos tempos que já eram, da Luanda que fora.
Foi uma leitura diferente, que arrepia por sabermos que é um relato verídico. E apesar de ser estranha à maioria dos termos marítimos com frequência utilizados (revelou-se muito útil o glossário), acho que não existiram entraves para que conseguisse apreciar este livro. Afinal sou acima de tudo uma amante de mar.
Gostei muito.
Sinopse:
Angola, 1978.
Em plena guerra civil e no dia das comemorações do terceiro aniversário da independência, seis rapazes fogem de Luanda num veleiro de apenas 13 metros. Orientados por uma bússola, um mapa rudimentar e um rádio a pilhas, cruzam um oceano de dúvidas, medos e anseios, em busca da liberdade e da vida. O seu destino é Portugal, onde acabam por chegar depois de mil e uma vicissitudes.
Mais de 30 anos depois, a publicação desta história ajuda-nos a compreender um período pouco explorado da nossa História e da nossa memória colectiva.