Adorei este livro, acho-o absolutamente perfeito, no entanto é com dificuldade que me sento frente ao écran e começo a teclar esta crítica. Não é por medo de dizer algo que não devo, nem nada que se pareça. Devem ser as emoções que ainda estão muito à flor da pele e complicam-me o raciocínio.
A segregação, quer racial quer social, é sempre um assunto com o qual é difícil de lidar. Tenho a noção que as pessoas quando nascem são por natureza intolerantes. É a educação que recebemos que nos transforma, para melhor ou para pior. Mas de algum modo, mesmo que muitos de nós tenham nascido debaixo de um tecto intolerante, conseguimos romper as barreiras e lutar pelo que achamos correcto. Falo obviamente dos nossos dias. Mas e se transpusermos estas ideias para o Mississipi nos anos 60? Era o mesmo que colocar um barril cheio de pólvora junto a uma fogueira. Foi exactamente isso que Skeeter, uma das pesonagens principais do livro, fez.
Como sabem não gosto de adiantar muito sobre a história, pois não quero estragar o prazer de quem a vai ler em seguida, e esta crítica não vai ser diferente.
Leiam a sinopse, leiam as palavras sobre a publicação deste livro, como foi complicado em ser aceite por uma editora, e depois descubram por vocês próprios porque este livro me deixou sem palavras e encheu o meu coração com as suas letras.
Deixo aqui gravado o meu excerto favorito e que a meu ver encerra um pouco da verdade sobre esta história:
« Vejo a Lou Anne desaparecer no parque de estacionamento, pensando, Há tanta coisa que não sabemos acerca de uma pessoa. Pergunto-me se poderia ter tornado os dias dela um pouco mais fáceis, se tivesse tentado. Se a tivesse tratado um pouco melhor. Não era essa a ideia do livro? Para as mulheres compreenderem, Somos apenas duas pessoas. Não há assim tanto a separar-nos. Não tanto como eu pensava.»
Sinopse:
Um romance que vai fazer de si uma pessoa diferente. Skeeter tem vinte e dois anos e acabou de regressar da universidade a Jackson, Mississippi. Mas estamos em 1962, e a sua mãe só irá descansar quando a filha tiver uma aliança no dedo. Aibileen é uma criada negra, uma mulher sábia que viu crescer dezassete crianças. Quando o seu próprio filho morre num acidente, algo se quebra dentro dela. Minny, a melhor amiga de Aibileen, é provavelmente a mulher com a língua mais afiada do Mississippi. Cozinha divinamente, mas tem sérias dificuldades em manter o emprego... até ao momento em que encontra uma senhora nova na cidade. Estas três personagens extraordinárias irão cruzar-se e iniciar um projecto que mudará a sua cidade e as vidas de todas as mulheres, criadas e senhoras, que habitam Jackson. São as suas vozes que nos contam esta história inesquecível cheia de humor, esperança e tristeza. Uma história que conquistou a América e está a conquistar o mundo.
O maior fenómeno literário dos últimos anos nos EUA chegou a Portugal!
Inicialmente rejeitado por 45 agentes, "As Serviçais" (The Help em inglês) tornou-se no maior sucesso de vendas e crítica de 2009. Um ano depois continua em todos os tops americanos. Esteve mais de 50 semanas no 1º e 2º lugar do New York Times. Durante um ano permaneceu em 1º lugar no topo de vendas do LA Times.
Mais de 5 milhões de cópias de As Serviçais foram vendidas no último ano e os direitos estão negociados para mais de 40 países. Conforme a obra vai sendo publicada, os tops de todo o mundo vão rendendo-se a este fenómeno literário.
Os estúdios Dreamworks compraram os direitos e apostam numa megaprodução para conquistar bilheteiras e Óscares. A estreia do filme está prevista para o Verão de 2011 e reúne um forte elenco de estrelas femininas, algumas nomeadas para Óscares e Globos de Ouro, como Viola Davis, Bryce Dallas Howard, Allison Janney, entre outros.
Sobre a autora:
O nome de Kathryn Stockett foi catapultado para a fama com o seu romance de estreia, "As Serviçais", sobre a segregação racial na América sulista, na década de sessenta, e já é considerada a obra que maior sucesso conquistou nos últimos anos nos EUA. Natural do Mississippi, a autora formou-se na Universidade do Alabama e vive atualmente em Atlanta, após ter trabalhado durante alguns anos em Nova Iorque, em edição de revistas.